Maduro fala em apresentar atas; Israel anuncia mais uma morte do Hamas

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira que "está pronto" para apresentar 100% das atas da eleição de domingo. Ele pediu que os partidos de oposição também apresentem as atas que dizem possuir. Vários países, inclusive o Brasil, condicionam o reconhecimento da vitória de Maduro à apresentação dos boletins de urna.

O Conselho Eleitoral venezuelano declarou Maduro vencedor com 51,2% dos votos, mas não apresentou os resultados por seção eleitoral. A oposição afirma ter vencido com cerca de dois terços dos votos.

O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, disse na noite dessa quarta que "está claro que Edmundo González Urrutia superou Nicolás Maduro por milhões de votos". É a primeira vez que uma autoridade dos EUA admite a vitória da oposição. O jornal O Globo noticia que Maduro deve conversar hoje com o presidente Lula.

Mortes em Gaza

Israel anunciou ter matado o líder militar do Hamas, Mohammed Deif, durante um bombardeio no dia 13 de julho na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. O anúncio ocorre um dia após o assassinato do líder político do grupo palestino, Ismail Haniyeh, em Teerã. Na terça, um outro ataque israelense, em Beirute, matou Fuad Shukr, um dos líderes do grupo xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã.

Sem mencionar especificamente as mortes, Netanyahu disse nesta quarta que Israel "desferiu golpes devastadores" contra seus inimigos. Em nota, o Itamaraty afirmou que o Brasil "condena veementemente" o assassinato de Haniyeh. Hoje, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza disse que 39.480 pessoas morreram desde o início da invasão isralense há quase 10 meses.

Iranianos acompanham o funeral do líder do Hamas Ismail Haniyeh, assassinado em Teerã
Iranianos acompanham o funeral do líder do Hamas Ismail Haniyeh, assassinado em Teerã Imagem: AFP
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Trump apela para a carta racial

Durante sua participação na reunião anual da Associação de Jornalistas Negros dos EUA, Trump questionou se Kamala Harris é negra. "Ela é indiana ou negra? Ela era indiana o tempo inteiro e de repente mudou e se tornou uma pessoa negra?" A fala provocou protestos da audiência. Kamala tem mãe indiana e pai negro, da Jamaica.

Uma porta-voz da Casa Branca considerou a declaração "repulsiva". Pesquisas mostram que Kamala tem avançado no eleitorado negro na comparação com índices que vinham sendo obtidos por Joe Biden.

Acordo sobre o 11 de Setembro

Três acusados pelo planejamento dos ataques de 11 de Setembro aceitaram se declarar culpados em troca da condenação à prisão perpétua. Proposto pelos promotores do caso nos Estados Unidos, o acordo evita o julgamento que poderia terminar em pena de morte. As informações são do jornal The New York Times. Segundo a reportagem, os promotores temiam que o juiz desconsiderasse a confissão de Khalid Sheikh Mohammed e outros dois acusados, obtida após sessões de tortura em Guantánamo.

Mohammed é acusado de ter apresentado a Osama bin Laden a ideia de usar aviões para atingir as torres do World Trade Center e de treinar os sequestradores das aeronaves. O atentado de 2001 deixou 2.976 mortos.

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Zelensky abre uma porta

O presidente da Ucrânia disse não ser contra a participação da Rússia em cúpula de paz. "A maior parte do mundo diz hoje que a Rússia deve estar representada na segunda cúpula, caso contrário não conseguiremos resultados significativos", disse em entrevista a jornais franceses. "Não podemos ser contra."

Zelensky também afirmou que desistir dos territórios ucranianos ocupados pela Rússia é "uma questão muito, muito difícil". A agência de notícias France Presse colocou as declarações no contexto de uma ofensiva diplomática de Zelensky para encerrar o conflito, após avanços das forças russas e da incerteza sobre a continuidade da ajuda militar dos aliados.

Juros no EUA: "Redução na mesa"

Jerome Powell, presidente do Fed, disse que uma redução dos juros nos EUA "pode estar em discussão já na próxima reunião, em setembro". A declaração foi feita durante a tradicional entrevista coletiva após a reunião do comitê de política monetária, que manteve os juros atuais inalterados, entre 5,25% e 5,5%. O comunicado da reunião também afirma que "houve mais progresso na direção da meta de 2% de inflação".

As bolsas nos EUA e no Brasil fecharam em alta ontem. O índice Ibovespa terminou o dia com valorização de 1,2%.

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Tensão no Oriente Médio

Deu no New York Times: O assassinato de líder do Hamas aumenta chance de escalada, mas guerra entre Israel e Irã não é inevitável. Patrick Kingsley, chefe do escritório do jornal em Jerusalém, argumenta que tudo vai depender do tamanho da resposta iraniana ao assassinato de Ismail Haniyeh em Teerã. Mas ele lembra que casos recentes mostram que há espaço para acomodação. Entre os exemplos, os assassinatos por Israel de Saleh al-Arouri, líder do Hamas, no reduto do Hezbollah em Beirute, e de dois generais iraniano na Síria. Nos dois casos, depois de dias de tensão e de retaliações mútuas, a situação acabou se acalmando. Saiba mais.

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