Evo Morales é intimado a depor em caso sobre suposto estupro de menor

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales foi intimado a depor em investigação sobre suposto tráfico e contrabando de pessoas envolvendo uma menor de idade, segundo informou o Ministério Público em comunicado, nesta segunda-feira (7).

O que aconteceu

Morales deve comparecer à Procuradoria Departamental de Tarija. Além do político, o Ministério Público também intimou os pais da suposta vítima, cuja identidade permanece em sigilo. Ambos deve ir até a próxima quinta-feira na sede da procuradoria.

Pedimos aos promotores a máxima diligência e também o estrito cumprimento dos prazos processuais e o respeito ao devido processo neste caso. Procurador-geral Juan Lanchipa Ponce

Morales é investigado pelo estupro de uma menor há oito anos. A informação foi revelada inicialmente pelo ministro boliviano da Justiça, César Siles. Na resolução de prisão contra o ex-presidente, cujos trechos vazaram para a imprensa, consta que, em 2016, o então presidente se envolveu com uma menor de 15 anos, com quem teve uma filha.

Uma juíza de Santa Cruz acatou um recurso dos advogados de Morales na semana passada. Essa liminar anulou a ordem de prisão. A promotora Sandra Gutiérrez, que havia pedido a prisão, chegou a afirmar que foi destituída do cargo após a solicitação da detenção do ex-presidente.

Este caso continua no seu processo regular de investigação, nunca parou. Aliás, a Comissão de Procuradores formada pela Procuradoria-Geral da República procedeu à emissão de diferentes exigências fiscais dirigidas a entidades públicas e privadas para solicitar informações relevantes para a investigação. Estamos aguardando receber essa informação para fazer a avaliação correspondente.
Procurador-geral Juan Lanchipa Ponce, ao rebater a denúncia da procuradora destituída

Morales se diz perseguido

Sem citar o processo aberto, Morales publicou na rede social X: "Não me causa estranhamento, nem preocupação. Todos os governos neoliberais, incluído o atual, ameaçaram-me, perseguiram-me, prenderam-me, tentaram me matar. Não tenho medo! Não vão me calar!"

Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019. Ele impulsionou o triunfo eleitoral de seu sucessor Luis Arce, que foi seu ministro da Economia por mais de uma década. Contudo, os dois romperam e hoje disputam a liderança do partido de situação, o MAS, e a indicação presidencial para as eleições gerais de 2025.

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