Líderes mundiais lembram ataques de 7 de Outubro; Irã elogia Hamas
No aniversário dos ataques de 7 de outubro de 2023, realizados por membros do Hamas contra cidadãos israelenses, vários líderes mundiais se manifestaram sobre o conflito.
O que aconteceu
Papa Francisco criticou "incapacidade" do mundo para parar guerra em Gaza. O líder religioso afirmou que "não se cansa de repetir que a guerra é uma derrota" e que a "violência jamais leva à paz" em texto publicado também em árabe. "Há um ano, o pavio do ódio acendeu-se. Ele não apagou, mas explodiu em uma espiral de violência, em meio à vergonhosa incapacidade da comunidade internacional e dos países mais poderosos de silenciar as armas e pôr fim à tragédia da guerra", escreveu.
Secretário-Geral da ONU homenageou vítimas do 7 de Outubro e pediu paz na região. Atualmente persona non grata em Israel, Antonio Guterres afirmou que os ataques de 7 de outubro no país deixaram "cicatrizes nas almas" e pediu que um cessar-fogo seja estabelecido.
Biden e Kamala condenaram o "horror" e lamentaram mortes em Gaza. "Sejamos testemunhas da brutalidade indescritível dos ataques de 7 de outubro" do ano passado, disse o presidente dos EUA, Joe Biden. Já Kamala Harris, cuja campanha presidencial é apoiada por financiadores pró-Israel, afirmou que "nunca esquecerá o horror" vivido em 7 de Outubro de 2023 e que "está arrasada com a perda e a dor do povo israelense". A vice-presidente ainda lamentou mortes em Gaza: "de coração partido pela quantidade de mortes e destruição em Gaza no ano passado".
"7 de Outubro foi virada histórica" em luta contra Israel, diz ministério iraniano. Em comunicado publicado hoje (7), o Ministério das Relações Exteriores do Irã elogiou o Hamas e afirmou que "a ação lançada em 7 de outubro de 2023 [...] marca um ponto de virada na história da luta legítima da nação palestina contra a ocupação e a opressão do regime sionista. Os apoiadores do regime de ocupação, especialmente os Estados Unidos, foram cúmplices dos crimes deste regime", publicaram.
Presidente turco comparou Netanyahu a Hitler e chamou ação israelense de genocida. "Não se deve esquecer que Israel, mais cedo ou mais tarde, pagará o preço por este genocídio que vem praticando há um ano e que continua a praticar", escreveu Recep Tayyip Erdo?an em suas redes sociais. "Assim como Hitler foi parado por uma aliança da humanidade, Netanyahu e sua rede de assassinos serão parados da mesma forma".
Emmanuel Macron diz "não esquecer das vítimas". Em post nas redes sociais em francês, inglês e hebraico, o presidente francês afirmou que "a dor permanece, tão vívida quanto era há um ano", e que "não esquecemos as vítimas, os reféns ou as famílias com corações partidos pela ausência ou espera".
Meloni defende Israel, mas alerta sobre mortes de civis em Gaza. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse: "Relembrar e condenar com força o que aconteceu há um ano não é um mero ritual, mas um pressuposto de cada ação política que devemos conduzir para levar a paz ao Oriente Médio". E completou que não é possível que "permaneçamos insensíveis diante do enorme aglomerado de vítimas civis inocentes em Gaza", que sofre com "o cinismo do Hamas, que as utiliza como escudo humano".
Primeiro-ministro britânico condenou ataque e pediu liberdade para reféns. "Hoje completamos um ano desde o ataque horrível contra Israel realizado pelos terroristas do Hamas. Foi o dia mais sangrento para o povo judeu desde o Holocausto. Um dia de tristeza, um dia de pesar. Um ano após esses ataques horríveis, devemos nos posicionar inequivocamente ao lado da comunidade judaica e nos unir como país. [...] Os reféns devem ser devolvidos imediata e incondicionalmente. Eles sempre estarão em primeiro lugar em nossas mentes.", disse Keir Starmer.
Relembre o caso
Em 7 de outubro de 2023, membros do Hamas entraram no sul de Israel, matando quem encontraram pelo caminho. Morreram mais de 1.200 pessoas e 251 pessoas foram sequestradas, das quais 97 seguem cativas em Gaza e 37 teriam morrido, segundo o exército israelense.
O comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, informou que 5 mil foguetes foram lançados da Faixa de Gaza. Sirenes de alerta de bombardeios soaram no sul e no centro de Israel, inclusive em Jerusalém.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel estava "em guerra" e que o objetivo era destruir o Hamas. Desde então, a ofensiva resultou em mais de 42 mil mortos, segundo o balanço do Ministério da Saúde do território palestino, cujos dados são considerados confiáveis pela ONU.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o grupo islâmico palestino lançou uma "guerra" contra Israel. "Cometeu um grave erro", afirmou.
À época, comissário da ONU afirmou que civis não devem ser alvos de ataques. O alto comissionário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, disse em comunicado estar "chocado e horrorizado" com os relatos do ataque. "Esse ataque está causando um impacto terrível para a população israelense. Civis não devem ser alvo de ataques", afirmou o diplomata.
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