Musk aposta alto em Trump. E se der errado?

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Hoje tem pesquisa nova do New York Times/Siena (comprem a pipoca), tem Kamala Harris no 60 Minutes dizendo que não sabe se o Bibi é amigo (só agora?), tem furacão (ou melhor, furacões, no plural), Donald Trump dizendo que os imigrantes têm "genes ruins", mas vou começar esta carta matinal por ele, o homem que está prestes a voltar ao Brasil: Musk Siberiano, que também atende por Elon!!!!!

Vou começar por ele, darling, porque nunca vi um homem tão empenhado a se ajoelhar a um político e a fazer uma aposta tão alta em um candidato (ok, o Luciano Hang, que ficou conhecido como Veio da Havan, é um concorrente duro).

A novidade agora é que Musk está prometendo pagar 47 doletas para cada um que levar um eleitor de um estado indeciso (aqueles dos campos de batalha) a assinar uma petição em que vão prometer apoio à Constituição, à liberdade de expressão e ao direito de portar armas. O objetivo é chegar a um milhão de assinaturas. Isso, darling, o objetivo é torrar 47 milhôes de dólares na listinha, mais que 250 milhões de reais (e você achando que a multa de 28 milhões de reais do Xandão era muita grana).

Tixa do céu, mas isso não é compra de voto? Então, darling, diz a lei americana que você não pode pagar para alguém votar ou para se registrar para votar. Mas não é ilegal pagar dinheiro a eleitores para assinarem uma petição ou àqueles que os persuadiram a assinar.

Mas o que o Musk vai fazer com essa listinha? Descobrir todos os dados de potenciais eleitores de Trump nos estados indecisos. A desculpa é que eles querem descobrir os eleitores energizados. Eles adoram usar essa história de energizado lá nos Estados Unidos. Cada vez me vem na cabeça um gato eletrocutado. E o pessoal que entende de Elon Musk diz que a indicação sempre foi uma estratégia que ele usa nos seus negócios. Desde os tempos de PayPal.

Corpo a corpo

Mas não é só isso que Musk está fazendo. Ele já botou 55 milhões de doletas na campanha do Trump, segundo alguns jornais. No sábado, ele pulou das redes sociais (ele literalmente pulou, darling) para o palco do comício da Pensilvânia pedindo para todos votarem em Trump, usando um boné MAGA dark. O mesmo boné está agora na sua cabeça no seu perfil no X-Twitter. Ele ainda promete fazer corpo a corpo na Pensilvânia. Isso é que é empenho.

O passado

Até outro dia o Musk Siberiano sequer queria que Trump fosse candidato. Em 2022, ele disse que Trump deveria " navegar em direção ao pôr do sol " em vez de concorrer à presidência novamente. Musk botou milhões na campanha de Ron de Santis contra Trump nas primárias (descobriu-se agora isso, darling). O Trump chamou Musk de "artista de merda". E agora estão aí se amando e se abraçando. A política não é uma beleza?

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Como Kamala responde

A campanha de Kamala está veiculando um anúncio nos estados indecisos em que um soldador, com um cavanhaque (adoro esses detalhes), aparece na tela dizendo que "Trump está lutando por caras ricos como ele" e aí aparece uma foto rápida de Elon Musk e na sequência o soldador diz: "Kamala está lutando por nós."

Pega a pipoca

Mas vamos às pesquisas. Tem número quentinho direto do forno do New York Times nesta manhã de terça-feira. Kamala aparece com 49% contra 46% de Trump. Ainda está na margem de erro, mas na pesquisa passada os dois estavam empatados em 47%. Darling, a eleição americana vai ser tipo o primeiro turno em São Paulo. Ninguém sabe o que vai acontecer e quando acontecer vai ser por pouco. E vale registrar que Kamala está gastando muito mais dinheiro que Trump nesta campanha.

Gene ruim

Trump continua com seu discursinho preconceituoso contra os imigrantes. Ontem ele disse que 13 mil imigrantes assassinos entraram nos Estados Unidos e mataram mais de uma pessoa e agora estão felizes morando por lá.

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"Você sabe agora que um assassinato, eu acredito nisso, está nos genes deles. E nós temos muitos genes ruins em nosso país agora."

Furacão

Como contei aqui ontem, outro furacão deve varrer os Estados Unidos nesta semana e dizem que vai ser pior que o Helene. O noticiário já dá conta que talvez o governo Biden não tenha dinheiro suficiente para lidar com esse novo furacão e o Congresso não está disposto a se reunir antes da eleição para liberar verba extra (a Câmara é comandada por um republicano).

Além disso, os estragos já causados pelo Helene foram tantos que podem afetar o dia da eleição. Locais de votação foram atingidos, cédulas podem não ficar prontas. Lembrando que dois estados decisivos foram afetados por Helene: a Geórgia e a Carolina do Norte.

Bibi

Kamala começou uma maratona de entrevistas. Sabe como é, não tem mais convenção, debate e todo o resto, e ela anda precisando ganhar o noticiário. No programa 60 Minutes veiculado ontem à noite, ela foi bastante pressionada. Aí, teve que confessar que seus planos mirabolantes de pagar auxílios para compra de imóveis ou para criar filhos precisam da aprovação do Congresso. Outro ponto importante foi que ela se recusou a dizer que o Bibi Netanyahu é um aliado próximo. Ela também disse que não se encontraria com o Putin para negociações de paz sem a presença do Zelensky e insinuou que era exatamente o que Trump faria (se encontraria sozinho com o Putin e negociaria a rendição de Zelensky).

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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