Musk entra forte na campanha de Trump e tem que tomar cuidado com o tombo

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Todo dia eu acordo pensando o que mais pode acontecer nesta eleição americana. Se você lê a TixaNews sabe que nos últimos 4 meses já aconteceu de um tudo. Mas eis que me chega a pitoresca notícia vinda do jornal The Guardian de que o homem mais rico do mundo, o homem mais tecnológico do mundo, o homem que vai conquistar o espaço, o homem que vai morar em Marte, o homem que domina os robôs, o nosso Musk Siberiano, também conhecido como Elon Musk, está sendo enganado pelos robôs da vida real.

Sim, BRASEW, Elon Musk está sendo enganado pelos robôs humanos. Deixa eu te contar.

Nas campanhas presidenciais americanas, os candidatos contratam milhares de pessoas e reúnem milhares de voluntários para ligarem para os eleitores ou baterem na porta das casas das pessoas pedindo votos. É uma parte muito importante da campanha para conseguir votos dos indecisos, por isso, é um serviço especialmente direcionado para aqueles estados campos de batalha que tanto falamos por aqui, já que são os que vão decidir as eleições. (Nas eleições municipais brasileiras, principalmente em cidades do interior, é muito comum esse tipo de campanha e o eleitor pode não votar no candidato se ele não bateu à sua porta par pedir seu voto.)

Pois bem, uma das formas de contratar esses serviços é por meio dos PACs, que são comitês de ação política com financiamento de doadores de campanha. O Sr. Musk tem um destes comitês que é o America PAC, onde ele despejou US$ 75 milhões. A campanha de Trump decidiu há um tempo terceirizar o serviço da batida de porta em porta para o America PAC de Elon Musk.

Mas o que o Guardian revela agora é que nos estados decisivos do Arizona e Nevada, a campanha de Trump pode não estar conseguindo chegar a milhares de eleitores porque cerca de um quarto das visitas porta a porta do PAC do Musk estão sendo fraudadas. Como assim, Tixa? As pessoas contratadas dizem que bateram nas portas, mas não bateram, darling. São os robôs humanos enganando o Elon Musk.

O Musk na campanha

Musk entrou tão fortemente de cabeça na campanha de Trump que precisa tomar cuidado para não bater no fundo da piscina. Eis aqui um resumo de como ele anda fazendo esta campanha.

  • Musk apareceu pulando em um comício de Trump na Pensilvânia.
  • Musk está usando seus algoritmos do X-Twitter para fazer campanha para o Trump. Ele divulga informações falsas livremente, é acusado de usar seus robôs para impedir que campanhas contra Trump ou seu vice ganhem tração, fez até um comício dentro da rede social.
  • Musk está ajudando a espalhar o medo de que a eleição seja fraudada caso Trump não ganhe. Arrumou até uma treta com Michigan dizendo que o estado está mantendo listas de eleitores inativos de um tamanho gigantesco que podem gerar fraude. (Michigan está fazendo as listas dentro das regras estabelecidas.)
  • Musk espalha informações de que milhões de imigrantes ilegais vão votar. Como diz o outro, sim, claro, os imigrantes ilegais realmente vão correr o risco de ir votar e serem deportados imediatamente.
  • Musk está indo para a rua, literalmente, e fazendo discursos dizendo que se Trump não for eleito esta será a última eleição. Ele prometeu inclusive que ele mesmo vai bater nas portas das casas na Pensilvânia.
  • Musk está distribuindo dinheiro. Começou oferecendo US$ 47 para quem indicasse eleitores para assinar seu manifesto de apoio à liberdade de expressão e de porte de armas. Depois aumentou para US$ 100 e agora está sorteando diariamente US$ 1 milhão para quem assinou a tal petição, mas que vote nos tais estados indecisos. Até agora, os ganhadores foram trumpistas de carteirinha. Ainda há dúvidas se essa ação dará mais votos para Trump.(A propósito, uma turma de republicanos, sim, republicanos, pediu para o Departamento de Justiça investigar se é legal comprar votos, digo, distribuir dinheiro para eleitores assim dessa forma.)

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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