Trump volta ao velho estilo, ataca estrangeiros e Kamala reage

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Donald Trump tomou conta da Madison Square Garden no seu grande comício de encerramento. Era para ser aquele comício para mostrar que Trump está podendo, afinal ele escolheu Nova York, que sempre dá vitória para os Democratas. O lugar estava lotado. Até Melania apareceu e falou. Vejam só. Mas eis que a sequência foi essa daqui:

Um comediante que entrou no palco para aquecer o público abriu os trabalhos dizendo que Porto Rico é uma "ilha de lixo". Basicamente meio milhão dos eleitores decisivos da Pensilvânia são porto-riquenhos. Parabéns aos envolvidos. (O comediante se defendeu dizendo que não falou só dos porto-riquenhos. É verdade, ele ainda ofendeu latinos, judeus, palestinos e negros.)

Grant Cardone, um empresário, chamou Kamala Harris de prostituta. Kamala e "seus cafetões destruirão nosso país".

David Rem, um amigo de infância de Trump, chamou Kamala de "o Diabo" e "o Anticristo".

E o ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson, zombou da identidade racial de Kamala: "Ela é tão impressionante como a primeira samoana malaia, de baixo QI, ex-promotora da Califórnia a ser eleita presidente."

Aí, o Donald Trump subiu ao palco e disse que "O Partido Republicano realmente se tornou o partido da inclusão". (Seria incluir todo mundo em piadas misóginas e racistas?)

O grand finale foi uma imagem do Sr. Trump abraçando o Empire State Building.

Trump inclusivo

A campanha de Trump teve que soltar uma nota dizendo que a piada dos porto-riquenhos não refletia o que Trump pensava. Mas não mencionou as outras piadas.

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E por que a campanha teve que sair com essa nota?

É claro que Kamala Harris aproveitou o momento para correr fazer campanha em um restaurante porto-riquenho.

Mas o estrago para Trump foi ainda maior. Bad Bunny (você pode não conhecer, mas é um rapper porto-riquenho muito muito muito famoso no mundo todo e com mais de 40 milhões de seguidores só no Instagram) foi lá e postou seu apoio à Kamala junto com um vídeo em que ela explica seus planos para Porto Rico e ainda diz:

"Eu nunca vou esquecer o que Donald Trump fez e o que ele não fez quando Porto Rico precisava de um líder competente e carinhoso. Ele abandonou a ilha, tentou bloquear a ajuda após furacões devastadores e não ofereceu nada mais do que toalhas de papel e insultos."

Os porto-riquenhos

Esse mesmo vídeo foi postado na sequência por Jennifer Lopes e Rick Martin, que também são porto-riquenhos, BRASEW. Essa galera junta tem mais de 300 milhões de seguidores. Lembra que eu mencionei que a Pensilvânia tem 500 mil eleitores porto-riquenhos?

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Vamos falar sobre a Pensilvânia

A Pensilvânia é considerada um daqueles estados indecisos em que se Kamala quiser se presidente, tem que ganhar por lá. Mas a eleição está tão apertada que, se de repente, vir uma onda de eleitores porto-riquenhos votando em Kamala, isso pode ser decisivo. Sim, darling, continua apertada. E falta apenas uma semana para o fim.

E o comício final de Kamala?

Kamala escolheu um lugar chamado Ellipse, uma praça ao sul da Casa Branca e que foi o local em que Trump incentivou o povo MAGA (o movimento de extrema-direita Make America Great Again) a tomar conta do Capitólio no 6 de Janeiro para fazer o que a imprensa chama de "argumento final" da campanha. Tipo esse que o Trump fez em Nova York.

Até pela escolha do lugar, a galera já espera que venha mais de Trump fascista, vamos salvar a democracia, esses argumentos todos que Kamala anda distribuindo nos últimos dias. Mas os financiadores da campanha não andam muito felizes com esses argumentos. Um dos fundos de financiamento (PAC) mandou mensagem na sexta dizendo que estava na hora de ela focar nas propostas econômicas e na questão dos direitos reprodutivos, porque a mensagem de Trump fascista não está colando entre os americanos. É o famoso, falando para convertidos.

No fim de semana, Kamala subiu ao palco com Michelle Obama e Beyonce. Todas devidamente trajadas de terninhos, falando que os homens deviam votar na Kamala. A mensagem de Michelle foi especialmente dirigida aos "homens que nos amam".

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"Por favor, não coloquem nossas vidas nas mãos de políticos, principalmente homens, que não tem a mínima ideia ou não se importam como que nós, mulheres, estamos passando."

Só para lembrar, Michelle era o único nome que vencia fácil de Trump segundo pesquisas na época em que se discutia a substituição de Biden na chapa.

Sobre a democracia

Cerca de 45% dos americanos dizem que a democracia nos Estados Unidos não faz um bom trabalho representando as pessoas comuns, segundo uma nova pesquisa do New York times/Siena College.

Sobre Elon Musk

E o Washington Post que descobriu que o Musk Siberiano trabalhou ilegalmente nos Estados Unidos quando montou sua primeira start up?????? Para quem é muito perdido no rolê, Musk é sul africano e foi estudar nos Estados Unidos. Mas quando montou sua empresa, parece que ele abandonou os estudos e, por isso, estaria ilegal. Tanto que os documentos que os investidores assinaram quando aportaram dinheiro na empresa dizia que Musk tinha 45 dias para resolver seu problema com o visto para poder trabalhar nos Estados Unidos.

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Musk diz que tinha visto de estudante que permitia trabalhar. Então, tá.

Mas por que isso importa, Tixa? Porque Musk é o primeiro a apoiar a deportação em massa de imigrantes ilegais que o Trump diz que vai promover assim que for eleito.

Sobre os chineses

Foi tanta notícia neste fim de semana que teve até hacker chinês invadindo os celulares de Trump e Vance, o vice. Vai ter notícia para mais de metro até o fim dessa eleição, darling. Chama os amigos para assinar a news.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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