Quem são os 'caçadores de furacões' e como seus aviões aguentam tempestades
Pilotos da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA) voaram por dentro do furacão Milton, com ventos de até 281 km/h, utilizando aviões especialmente reforçados para coletar dados que ajudam a prever e entender tempestades devastadoras como essa, que atingiu a Flórida.
O que aconteceu
Especialistas que enfrentam tempestades em aeronaves preparadas são conhecidos como 'caçadores de furacões'. Eles são pilotos, engenheiros de voo civis, meteorologistas e engenheiros eletrônicos altamente treinados. E as aeronaves são equipadas com sistemas projetados para operar nas condições climáticas adversas encontradas em um furacão.
A missão mais recente envolveu o furacão Milton, uma das tempestades mais poderosas a ameaçar a Flórida, segundo o Centro Nacional de Furacões. Os ventos chegaram a 281 km/h, e os pilotos enfrentaram condições extremas para atravessar a tempestade.
Os aviões utilizados são projetados para resistir às violentas condições dos furacões. O P-3 Orion, por exemplo, era originalmente um avião de patrulha antissubmarino, mas foi adaptado com sensores e radares que escaneiam a estrutura do furacão. Esses dados ajudam os cientistas a compreender melhor a intensidade e a evolução da tempestade.
Como os aviões resistem às tempestades
Os aviões da NOAA são projetados para enfrentar as condições mais severas encontradas em um furacão. Essas aeronaves foram modificadas estruturalmente para carregar equipamentos pesados, como sensores de pressão, temperatura e umidade, que ajudam a monitorar a tempestade enquanto ela se desenvolve..
Esses aviões também são equipados com motores Rolls-Royce T56, que garantem potência e estabilidade durante as missões. Esses motores mantêm a aeronave estável, mesmo quando enfrentam ventos acima de 250 km/h e correntes de ar ascendentes e descendentes violentas, o que permite que a aeronave suporte horas de voo contínuo, segundo informações da NOAA.
Além disso, os WP-3D Orion, modelos P-3 Orion adaptados, possuem três radares localizados estrategicamente na aeronave. Esses radares fornecem uma visão tridimensional da tempestade, escaneando a estrutura do furacão em tempo real. Segundo a agência, os radares permitem uma navegação segura, garantindo que a tripulação evite as áreas mais perigosas enquanto coleta dados cruciais.
O interior de um furacão oferece uma calmaria momentânea no olho da tempestade. No centro da tempestade, os ventos são mais tranquilos, permitindo que os cientistas observem o fenômeno de uma perspectiva única. Essas aeronaves lançam sondas no oceano, que transmitem dados como pressão atmosférica e umidade, ajudando a prever o comportamento da tempestade.
Os aviões WP-3D Orion da NOAA, conhecidos como 'Miss Piggy' e 'Kermit' (Caco, o sapo), são uma parte essencial das missões de pesquisa de furacões. Com capacidade para voar por até 11 horas, esses aviões, juntamente com suas tripulações altamente treinadas, desempenham um papel crucial na coleta de dados para previsões meteorológicas mais precisas, informa a CNN.
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