Morte marcada: preso que optou por fuzilamento pode ser morto por choque

Um homem condenado à morte na Carolina do Sul tem até 18 de outubro para escolher entre eletrocussão e fuzilamento; ele já havia escolhido o fuzilamento em 2022, mas a execução foi suspensa.

O que aconteceu

Richard Bernard Moore, de 59 anos, está no corredor da morte desde 2001. Ele foi condenado pelo assassinato de James Mahoney, funcionário de um supermercado em Spartanburg, Carolina do Sul, durante um assalto ocorrido em 1999.

Em abril de 2022, Moore optou por ser executado por um pelotão de fuzilamento. Essa escolha foi feita porque o estado da Carolina do Sul não conseguiu adquirir os ingredientes necessários para a injeção letal, método padrão que enfrentava dificuldades logísticas, segundo informações da Fox News. Entretanto, sua execução foi suspensa temporariamente devido a batalhas judiciais e questões envolvendo a constitucionalidade dos métodos disponíveis.

Agora, ele tem até o dia 18 de outubro para escolher novamente como deseja morrer. Caso contrário, a cadeira elétrica será usada por padrão, conforme estipula a lei da Carolina do Sul, como reportado pela Associated Press. O pelotão de fuzilamento, disponível no estado desde 2021, já estava preparado e treinado para realizar a execução, com três voluntários aptos a disparar de uma distância de 4,5 metros, de acordo com Bryan Stirling, diretor de correções, em informações divulgadas pela Associated Press.

Os advogados de Moore alegam que ambos os métodos disponíveis são cruéis e inconstitucionais. Eles argumentam que a eletrocussão e o fuzilamento violam a proibição constitucional de "punições cruéis e incomuns". O prisioneiro declarou que não deve ser forçado a escolher entre dois métodos antiquados e bárbaros. A advogada Lindsey Vann, que o representa, reforçou que essas formas de execução são arcaicas e já foram abandonadas pela maioria das jurisdições dos Estados Unidos, conforme relatado pelo The Washington Post.

O caso de Moore também levanta questões sobre discriminação racial no sistema judiciário. Ele é o único prisioneiro no corredor da morte da Carolina do Sul condenado por um júri totalmente branco, e seus advogados argumentam que sua sentença foi influenciada por preconceitos raciais. A organização Justice 360, que atua na defesa de Moore, destacou que o promotor responsável por seu caso tinha um histórico de buscar a pena de morte apenas em casos envolvendo vítimas brancas.

Moore solicita clemência ao governador da Carolina do Sul, Henry McMaster. Seus advogados pedem que a sentença seja comutada para prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, destacando o comportamento exemplar de Moore durante os anos de encarceramento, onde ele atuou como mentor para outros prisioneiros. No entanto, nenhum governador da Carolina do Sul concedeu clemência a um prisioneiro condenado à morte desde que a pena foi reinstaurada nos Estados Unidos, em 1976, segundo o The New York Post.

O estado da Carolina do Sul retomou as execuções após uma pausa de 13 anos. A dificuldade em obter as drogas necessárias para a injeção letal causou essa interrupção, e, com a escassez dos ingredientes, a Carolina do Sul introduziu o fuzilamento como uma alternativa em 2021. Desde 1976, apenas três condenados à morte optaram por esse método nos Estados Unidos, e Moore seria o quarto a ser executado por fuzilamento, e o segundo após a reintrodução do pelotão de fuzilamento, em 2021, segundo reportagens da Associated Press e The Washington Post.

Relembre o caso

Em setembro de 1999, Richard Moore entrou em uma loja de conveniência em Spartanburg, Carolina do Sul, com a intenção de roubar. Ele estava desarmado, mas durante o assalto, o funcionário James Mahoney reagiu, sacando duas armas de fogo. Moore conseguiu pegar uma das armas do funcionário, e ambos trocaram tiros dentro da loja.

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James Mahoney foi baleado no peito e morreu no local. Mesmo ferido, Moore fugiu com uma quantia em dinheiro retirada do caixa, deixando a vítima para trás sem buscar socorro. A polícia encontrou gotas de sangue de Moore perto do corpo de Mahoney, o que confirmou sua participação no crime.

Moore foi preso e condenado à morte em 2001. O caso ganhou notoriedade devido à alegação de que Moore foi condenado por um júri totalmente branco, o que levantou questões sobre possível discriminação racial no processo judicial. Desde então, ele tem contestado sua sentença, argumentando que a pena de morte foi imposta de forma desproporcional e injusta.

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