Israel diz ter provas de ligação de jornalistas de TV com Hamas e Hezbollah

O exército israelense disse ter encontrado documentos que comprovariam a ligação de seis jornalistas da rede de TV Al Jazeera com Hamas e Hezbollah. A emissora do Catar negou as acusações.

O que aconteceu

Israel expôs fotos e identidades de profissionais suspeitos nas redes sociais. A IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) afirma que, entre os documentos encontrados em Gaza, estão tabelas de pessoal, listas de cursos de treinamento para terroristas, listas telefônicas e documentos salariais para terroristas.

Documentos servem como prova de ligação entre grupos e jornalistas da Al Jazeera, do Catar, segundo os militares. Em comunicado, a emissora disse que as acusações feitas por Israel são "infundadas e fabricadas". "A rede vê essas acusações fabricadas como uma tentativa flagrante de silenciar os poucos jornalistas restantes na região, obscurecendo assim as duras realidades da guerra do público em todo o mundo", afirmou.

A Al Jazeera rejeita categoricamente a representação das forças de ocupação israelenses de nossos jornalistas como terroristas e denuncia o uso de evidências fabricadas. A rede afirma que seus jornalistas estão apenas cumprindo seus deveres profissionais, documentando e relatando o impacto devastador da guerra nos dois milhões de civis da Faixa. Trecho da nota divulgada pela Al Jazeera

O governo do premiê Benjamin Netanyahu já havia determinado o fechamento dos escritórios e o confisco dos equipamentos da emissora árabe, em Tel Aviv, em maio. Na ocasião, o ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, disse que "não haveria liberdade de expressão para porta-vozes do Hamas".

Forças israelenses invadiram escritório do canal noticioso em setembro. A invasão ocorreu na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Os militares emitiram uma ordem militar para encerrar as operações da Al Jazeera no local. Toda a ação foi transmitida ao vivo pela própria emissora.

Al Jazeera acusa Israel de cometer "ato criminoso" nos dois episódios. O canal também afirmou que o governo de Israel também quer esconder a cobertura os atos cometidos na guerra contra o Hamas, na Palestina.

Guerra de Israel contra Hamas completa 1 ano

Grupo palestino atacou Israel de surpresa em outubro de 2023. Israel reagiu e, desde então, milhares de pessoas morreram, outras ficaram gravemente feridas e o centro do conflito entre os dois, a Faixa de Gaza, foi arrasada.

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Cerca de 42 mil pessoas foram mortas em Gaza desde o início do conflito e mais de 96 mil ficaram feridas, segundo o Ministério de Saúde palestino. A pasta é subordinada à Autoridade Nacional Palestina, mas Gaza é governada desde 2007 pelo Hamas. A ONU já expressou confiança nos números.

Guerra de Israel contra Hezbollah entra em "nova fase"

Atual conflito entre Israel e Hezbollah já deixou mais de 2 mil mortos no Líbano em pouco menos de um mês. O Exército israelense conseguiu eliminar a maior parte do comando do grupo, incluindo o líder Hassan Nasrallah.

Ministro do Meio Ambiente de Beirute, Nasser Yassin, diz que pelo menos 9.535 se feriram nas ofensivas realizadas por Israel na nação. Além disso, três hospitais no país, incluindo um nos subúrbios de Beirute, anunciaram que vão fechar as portas em virtude das recentes ofensivas.

Israel transferiu a maior parte das operações para a frente libanesa há um mês. O objetivo é afastar o Hezbollah das zonas fronteiriças e permitir o retorno de cerca de 60 mil israelenses que tiveram que abandonar as suas casas no norte de Israel, devido ao lançamento de foguetes do grupo xiita.

As Forças de Defesa de Israel já mataram pelo menos 14 líderes do Hamas e do Hezbollah desde 7 de outubro de 2023, quando o movimento armado palestino atacou os israelenses e deflagrou o mais recente conflito entre os grupos.

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Hezbollah anunciou que vai passar para uma nova "fase de escalada" em sua guerra contra Israel. Em comunicado, o movimento xiita libanês informou que, "pela primeira vez", vai usar mísseis balísticos com alto poder de mira, o que deve ficar mais claro nos próximos dias.

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