Jornal: mãe de Luigi Mangione foi interrogada um dia antes da prisão dele
O FBI falou com a mãe de Luigi Mangione, 26, antes de o jovem ser preso acusado de matar o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. A informação foi publicada nesta sexta-feira (13) pelo jornal New York Post, que ouviu fontes do Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos.
O que aconteceu
Kathleen Mangione reconheceu que filho tinha semelhanças com o suspeito procurado pela polícia, segundo fontes do FBI ouvidas pelo jornal. A mulher, no entanto, disse não acreditar que o filho estaria envolvido na morte do CEO, publicou o New York Post. A mãe foi chamada a depor porque o engenheiro de dados foi identificado como suspeito por meio de imagens de câmeras de segurança dos arredores do crime e nas redes sociais.
Membros da Força-Tarefa Conjunta de Crimes Violentos interrogaram a mulher na noite do último domingo (8) e ele foi preso na segunda-feira (9). Polícia de São Francisco alertou sobre um boletim de ocorrência de desaparecimento que a família havia registrado em 18 de novembro. Mãe relatou que não falava com o filho desde 1º de julho e não sabia de seu paradeiro, segundo o relatório policial.
Mangione continua preso em um centro de detenção da Pensilvânia. Ele também foi acusado por posse ilegal de armas, falsificação de documentos e falsidade ideológica ao se identificar à polícia.
Amigos disseram que ele era solidário e que vivia com dores crônicas. Eles contam que Luigi fez uma cirurgia, mas nunca revelou o resultado do procedimento. A polícia americana investiga uma lesão na coluna foi um dos motivos do assassinato do CEO do plano. A família Mangione é tradicional em Maryland, e, por isso, o jovem teve educação de elite.
Sistema de saúde nos Estados Unidos é baseado em planos privados. Os EUA são o único país desenvolvido que não tem cuidado universal de saúde. O serviço é oferecido por empresas, que frequentemente recusam cobertura de cirurgias, medicamentos ou anestesia. Um levantamento do Centro Nacional de Saúde dos EUA publicado em julho aponta que 25 milhões de americanos — sendo 2,8 milhões crianças — não tinham acesso pleno a serviços de saúde em 2023.
O crime
Brian Thompson, 50, estava em frente ao Hilton, em Nova York, quando foi alvo de tiros no último dia 4 de dezembro. Ele faria uma apresentação em uma conferência de investidores, mas foi atingido pouco antes das 7h (9h, no horário de Brasília).
Após o assassinato de Brian Thompson em Nova York, o atirador fugiu, o que iniciou uma caçada pelo país. O Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) ofereceu recompensa de US$ 10 mil (R$ 59 mil) a quem tivesse informações que levassem à sua prisão. Na sexta (6), a polícia federal americana (FBI) anunciou uma bonificação extra de US$ 50 mil (R$ 295 mil).
Luigi Mangione escreveu à mão um "manifesto" contra seguradoras de saúde, segundo as autoridades americanas. O documento, que ele aponta sua motivação, critica as empresas por colocarem o lucro acima do cuidado com os clientes.
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