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Anticiclone 'Lúcifer' faz Europa ter recorde de dia mais quente, com 48,8ºC na Itália

Onda de calor do Mediterrâneo levou à propagação de incêndios florestais em todo sul da Itália - Reuters
Onda de calor do Mediterrâneo levou à propagação de incêndios florestais em todo sul da Itália Imagem: Reuters

12/08/2021 08h57

A ilha italiana da Sicília pode ter enfrentado a maior temperatura já registrada na história na Europa: 48,8°C.

Autoridades regionais informaram sobre o registro, que precisa ser comprovado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), perto de Siracusa na quarta-feira (11/8).

De acordo com a OMM, o atual recorde oficial na Europa é 48°C, registrado em Atenas, Grécia, em 1977.

A última onda de calor na Itália está sendo causada por um anticiclone — apelidado de Lúcifer — vindo da África. Os anticiclones são áreas de alta pressão atmosférica formada pelo ar que se afunda.

A previsão é que Lúcifer siga para o norte através da Itália continental, aumentando ainda mais as temperaturas em cidades como Roma, capital do país.

O Ministério da Saúde da Itália emitiu alertas "vermelhos" para calor extremo em várias regiões e o número de cidades com maior risco para a saúde deve aumentar de oito para 15 até sexta-feira.

A onda de calor no Mediterrâneo, que viu alguns países registrarem suas temperaturas mais altas em décadas, levou à propagação de incêndios florestais no sul da Itália, com Sicília, Calábria e Puglia as regiões mais afetadas.

Os bombeiros italianos disseram na quarta-feira que estiveram envolvidos em mais de 300 operações na Sicília e na Calábria ao longo de um período de 12 horas, lutando durante a noite para controlar as chamas que queimam milhares de hectares de terra.

Três mortes relacionadas ao incêndio — duas na Calábria e uma na Sicília — foram notificadas pela imprensa italiana.

Na Grécia, os incêndios florestais continuam por todo o país, alimentados por ventos fortes e vegetação seca.

Equipes estrangeiras estão ajudando a combater incêndios no que o primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, descreveu como um "verão do pesadelo".

As mudanças climáticas aumentam o risco de clima quente e seco, que, por sua vez, tendem a alimentar incêndios florestais.

O mundo já aqueceu cerca de 1,2°C desde o início da era industrial e as temperaturas continuarão subindo, a menos que os governos ao redor do mundo façam cortes drásticos nas emissões.

Na segunda-feira, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à ONU, divulgou um importante relatório dizendo que a atividade humana está tornando os eventos climáticos extremos mais comuns.