Sem pressão da sociedade, governos não implementam tratados, diz economista
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Bons tratados não bastam; é preciso pressionar os governos a implementá-los. Assim pode se resumir a principal ideia defendida no segundo painel de Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, iniciativa proposta pelo governo brasileiro para recolher recomendações da sociedade civil aos países que participam da Rio+20.
Os tratados assinados na Eco92 não alcançaram os seus objetivos -- não porque eram ruins, mas porque não foram implementados. Por este motivo, sugeriu o economista Jeffrey Sachs, cabe à sociedade encontrar meios de pressionar os governos a agir.
“Vamos estabelecer objetivos claros. E os nossos líderes eventualmente vão nos seguir. Os governos assinam muitas coisas e não cumprem porque a sociedade não se organiza para pressioná-los”, insistiu Sachs durante o encontro, intitulado “Desenvolvimento Sustentável como Resposta às crises Econômicas e Financeiras”.
Uma das recomendações aprovadas foi: “Promover reformas fiscais que encorajam proteção ambiental e beneficiem os mais pobres.” A pesquisadora Kate Raworth arrancou aplausos ao comentar: “É tão obvio que isso precisa ser feito. Não precisamos de visão, mas de ação”.
Entenda
Os "Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável" foram propostos pelo governo brasileiro para anteceder a Rio+20. Até o dia 19 de junho, no Riocentro, Rio de Janeiro, representantes da academia e também de movimentos sociais, setor privado e a população em geral se reúnem para debater temas centrais da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável e fazer recomendações para os chefes de Estado.
As discussões irão partir de 10 recomendações saídas da plataforma online Diálogos do Rio sobre os temas: oceanos; água; segurança alimentar e nutricional; desenvolvimento sustentável para o combate à probreza; desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômica e financeira; energia sustentável para todos; a economia do desenvolvimento sustentável, incluindo padrões sustentável de produção e consumo; cidades sustentáveis e inovação; desemprego, trabalho decente e migrações; e florestas.
No final, serão escolhidas três por tema para serem encaminhadas aos Chefes de Estado na Rio+20, que acontece de 20 a 22 de junho.
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