Quase metade das águas monitoradas em áreas urbanas do país são ruins ou péssimas, diz estudo
Estudo divulgado nesta terça-feira (18) pela Agência Nacional de Águas (ANA) revela que 47% dos pontos monitorados em áreas urbanas do país apresentam condição péssima ou ruim, reflexo da alta taxa de urbanização e dos baixos níveis de coleta e tratamento de esgotos domésticos.
A pesquisa, que teve apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e dos órgãos gestores estaduais de recursos hídricos, ainda revela que a maioria (61%) dos pontos da categoria 'péssima e ruim' está na Região Hidrográfica do Paraná, que possui 32% da carga remanescente de esgotos domésticos do país. Nessa região estão São Paulo, Curitiba, Goiânia e Campinas, sendo que os pontos mais críticos se localizam em trechos de cabeceiras dos rios Tietê, Iguaçu e Meia Ponte.
O "Panorama da Qualidade das Águas Superficiais - 2012" analisou, ao todo, os resultados de 1.988 pontos monitorados em áreas urbanas e rurais em todo o país. A conclusão é que 75% deles têm bom Índice de Qualidade de Água (IQA); 6% tem índice excelente, 11%, regular, e 7%, ruim ou péssimo.
A comparação entre os índices de 2010 e de 2001 mostra que, dos 658 pontos com série histórica, 47% revelaram tendência de melhora na qualidade da água, inclusive em rios de grande densidade urbana, como o Tietê, na cidade de São Paulo, e o rio das Velhas, em Belo Horizonte.
Por outro lado, 45 pontos apresentaram tendência de piora - a maioria também na Região Hidrográfica do Paraná, com destaque para a bacia do Tietê (oito pontos); Ivinhema (sete) e Grande (seis). Na Região Hidrográfica do São Francisco foram identificados 15 pontos com tendência de piora, com destaque para a bacia do Rio Pará (cinco).
Entre as principais razões apontadas pelos órgãos gestores para a piora do IQA estão o crescimento populacional não acompanhado por investimentos em saneamento, fontes industriais e atividades agropecuárias e de mineração.
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