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África apresenta propostas em agenda de quatro pontos para COP 18

Da Rádio ONU, em Nova York

04/12/2012 17h47

O Grupo dos Países Africanos que participam da COP 18, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, informou ter uma agenda de quatro pontos para apresentar aos delegados da cúpula que ocorre em Doha, no Catar, até o próximo dia 7. Segundo os líderes africanos, o encontro pode terminar como um dos "menos produtivos desde 2009", quando foi realizada a reunião em Copenhague.

Antes da declaração do grupo, o embaixador de Cabo Verde junto à ONU (Organização das Nações Unidas), António Lima, tinha afirmado à Radio ONU que é preciso mais ambição para se chegar a um consenso sobre o futuro do Protocolo de Kyoto.

"Os países mais vulneráveis como a África, os países insulares e menos avançados estão com apreensões e vontade de fazer o máximo para chegar a soluções positivas para todos nós. Aqui, em Doha, estamos a enfrentar o futuro do processo das mudanças climáticas e queremos que haja conclusões positivas em todos os grupos que discutem este processo."

Financiamento

Já o porta-voz do grupo, Seyni Nafo, disse que a COP 18 pode conseguir resultados concretos caso os delegados foquem nos temas que reforcem o multilateralismo. A informação foi dada pela Comissão Econômica das Nações Unidas para África.

Nafo explicou que para garantir a segunda fase de cumprimentos do Protocolo de Kyoto, que controla os limites de emissões de dióxido de carbono na atmosfera, seria preciso conseguir também o financiamento necessário. O porta-voz afirmou que os países desenvolvidos têm que reduzir os níveis de emissões de gases que causam o efeito estufa em pelo menos 40% nos próximos quatro anos, entre 2013 e 2017, se comparado aos níveis de emissões na década de 1990.

O chefe do grupo disse, ainda, que existem brechas, limitando o uso de mercado de carbonos, por exemplo, e mecanismos em 10% da quantidade de emissões. Nafo disse que o continente quer que todos os países contribuam com o Fundo para o Clima Verde acelerando, assim, as urgências das nações em desenvolvimento.

Ele encerrou dizendo que a África já está sendo duramente afetada pela mudança climática de acordo com o Painel das Nações Unidas sobre o tema. E lembrou que o continente é o que menos contribui para o aquecimento global e o pior equipado para encarar os efeitos do problema.