Rússia nega pedido de fiança para bióloga brasileira do Greenpeace
A Justiça russa negou nesta quinta-feira (24) a apelação de advogados do Greenpeace para que a brasileira Ana Paula Maciel pudesse responder em liberdade às investigações, mediante pagamento de fiança. De acordo com a ONG, outros 28 ativistas também tiveram negados os pedidos de fiança até agora.
Com essa decisão, a Justiça russa ignorou a carta de garantia assinada pelo embaixador brasileiro no país, Fernando Barreto. Pelo documento, o governo brasileiro pedia que a bióloga aguardasse as investigações em liberdade, assegurando às autoridades que teria bom comportamento e que se apresentaria ao tribunal de Murmansk sempre que fosse requisitada.
O advogado de Ana Paula também solicitou que ela acompanhasse a audiência fora da jaula, mas o juiz negou o pedido, dando razão ao promotor do caso.
O Comitê de Investigação russo decidiu nesta quarta-feira (23) retirar o indiciamento de pirataria em grupo organizado, crime que poderia render pena entre 10 anos e 15 anos de prisão aos ativistas, e atenuar a acusação para vandalismo. Na prática, a mudança reduziria a pena para até sete anos de reclusão no caso de condenação.
Mas, ainda de acordo com o Grreenpeace, a nova acusação não foi ainda formalizada pela corte apesar do anúncio de ontem.
"Vamos contestar veementemente as acusações de vandalismo, assim como fizemos com as acusações de pirataria. Ambas são fantasiosas, sem qualquer relação com a realidade", diz comunicado. "Para o Greenpeace, os ativistas protestaram pacificamente contra os planos da empresa Gazprom de explorar petróleo no Ártico e devem ser libertados."
Apoio internacional
A esfera política também tem apoiado a libertação do grupo. O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que enviará uma comissão de parlamentares à Rússia para que possam intervir sobre a libertação de Ana Paula.
Na União Europeia, mais de 90 membros do Parlamento Europeu assinaram uma nota de solidariedade pedindo a imediata libertação dos ativistas. Os parlamentares de 20 países reivindicaram, também, que a extração de petróleo no Ártico seja banida.
No último dia 17, 11 ganhadores do Prêmio Nobel da Paz enviaram uma carta ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, pedindo a liberdade do grupo. Eles querem que o líder russo "faça tudo o que puder" para garantir que as acusações "exageradas" de pirataria sejam invalidadas.
A campanha global pela libertação do grupo já recebeu o apoio de mais de 1,7 milhão de pessoas que escreveram para embaixadas russas, informa a ONG.
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