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Taj Mahal está ficando marrom por causa da poluição

Partículas de carbono que absorvem luz têm mudado a coloração no monumento - Laura Ming/UOL
Partículas de carbono que absorvem luz têm mudado a coloração no monumento Imagem: Laura Ming/UOL

Do UOL, em São Paulo

15/12/2014 18h46

A cor branca do mármore que compõe a cúpula do Taj Mahal, monumento classificado como um dos patrimônios da humanidade pela Unesco, que fica em Agra, na Índia, está desaparecendo, dando lugar a um tom amarelado-amarronzado. A razão da mudança pode estar na poluição, segundo estudo publicado na edição online Environmental Science & Technology por uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da Índia.

Taj Mahal - Mike Bergin/Divulgação - Mike Bergin/Divulgação
Trabalhadores limpam cúpula do Taj Mahal, que tem adquirido colocação marrom
Imagem: Mike Bergin/Divulgação

Antes de iniciarem as pesquisas para saber o porquê da mudança da coloração, os cientistas tinham duas hipóteses: a mudança poderia estar sendo causada pela presença de gotículas na névoa que estariam oxidando a superfície da estrutura ou pelo gás sulfúrico encontrado no ar.

Entretanto, o fato de o material marrom poder ser retirado da superfície da cúpula apenas com o uso de argila, em vez de água, deu pistas aos cientistas sobre a causa da mudança de cor. O líder da equipe, o cientista ambiental Mike Bergin, do Instituto de Tecnologia da Georgia, instruiu os colegas a medir as pequenas partículas encontradas no ar e avaliar amostras retiradas com argila da cúpula do Taj Mahal. Eles constataram que as amostras retiradas do monumento continham pequenas partículas de carbono que absorvem luz, flutuam no ar e são insolúveis em água.

Taj Mahal 2 - Mike Bergin/Divulgação - Mike Bergin/Divulgação
Argila é usada para limpar a superfície de mármore, pois partículas são insolúveis em água
Imagem: Mike Bergin/Divulgação

Essas partículas absorvem luz ultravioleta, o que dá à superfície da cúpula do Taj Mahal essa coloração amarelada-amarronzada, concluiu o estudo.

Mike Bergin culpou as emissões de gás de veículos e a queima de biomassa pelo fenômeno. “Reduzir essas atividades não só retornaria o Taj Mahal à sua antiga glória, mas também melhoraria a saúde dos moradores”, diz ele.