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RJ tem 325 macacos mortos; a maioria foi vítima de agressão humana

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

21/02/2018 15h45

Com o surto de febre amarela neste ano, uma matança de macacos está em curso. No Estado do Rio de Janeiro, foram encontrados 325 macacos mortos desde o dia 1º de janeiro até esta quarta-feira (21). Desse total, 53,5% foram vítimas de agressão humana. Na cidade do Rio foram achados 170 primatas mortos no período.

De acordo com dados divulgados pela Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, durante todo o ano passado foram encontrados 602 animais mortos -- sendo 41% vítimas de agressão.

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Por causa do massacre, o órgão lançou nesta quarta-feira (21) uma campanha de conscientização da população sobre a importância de macacos vivos no monitoramento da circulação do vírus da febre amarela.

"Além de serem vítimas de um massacre, o que é crime ambiental previsto em lei, os primatas são as sentinelas do vírus da febre amarela, já que o monitoramento desses animais facilita a detecção precoce da presença do vírus, evita a disseminação da doença e facilita a elaboração de medidas de controle e prevenção, como a vacinação e o combate ao vetor", diz a Vigilância Sanitária em nota.

O órgão diz que graças ao monitoramento de macacos feito por equipes de zoonoses, o vírus da febre amarela ainda não entrou na capital fluminense. "Mas se a matança de primatas continuar, não haverá animais para serem monitorados, o que aumenta o risco de entrada do vírus", diz o órgão.

A campanha, que tem como mote a frase "O macaco não é só vítima, mas um grande aliado no combate à febre amarela", também orienta as pessoas sobre a importância de não tocar em primatas encontrados mortos. Quem achar um macaco morto deve acionar a Vigilância Sanitária. O número da central de atendimento no Rio é 1746.

Segundo a vigilância, não se deve tocar nos animais para evitar a contaminação por doenças virais, o que pode acontecer mesmo com o animal sem vida, e para que seja realizada a coleta adequada de material para a realização de exame que detecta infecção por vírus.

"Primatas não humanos frequentemente morrem por causas diversas, como traumas, doenças infecciosas e parasitárias. Mas a febre amarela é hoje o grande desafio para a saúde pública e essas ações do órgão, com a finalidade de detectar precocemente a circulação viral, enquanto apenas animais silvestres são acometidos, previnem que chegue aos seres humanos", completa a nota.