Nível dos mares sobe 2,5 vezes mais rápido que no século 20, diz relatório
O nível dos mares subiu 2,5 vezes mais rápido no início do século 21 na comparação com o século 20 e continuará aumentando principalmente em consequência da retração das calotas polares, afirma um relatório de especialistas da ONU sobre o clima publicado hoje.
Independente da hipótese, o nível dos oceanos continuará subindo depois de 2100. Em um mundo com +2°C o ritmo de aumento pode ser estabilizado até alcançar um metro em 2300. Mas se as emissões de gases do efeito estufa continuarem no ritmo atual, o aumento será de vários metros, afirma o documento.
Cientistas e diplomatas dos 195 Estados membros do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) estavam reunidos desde sexta-feira em Mônaco. Ontem eles anunciaram a aprovação do relatório.
Confira outros resultados apontados no relatório:
- Os mares agora estão subindo 3,66 milímetros por ano, o que é 2,5 vezes mais rápido que a taxa de 1900 a 1990.
- Os oceanos do mundo já perderam de 1 a 3% do oxigênio em seus níveis mais altos desde 1970 e perderão mais com o aquecimento.
- De 2006 a 2015, o derretimento de gelo na Groenlândia, Antártica e das geleiras pelo mundo acelerou e agora está perdendo 720 bilhões de toneladas de gelo por ano
- A cobertura de neve do Ártico em junho encolheu mais da metade desde 1967, quase 2,5 milhões de quilômetros quadrados
- O gelo marinho do Ártico em setembro, o mínimo anual, caiu quase 13% por década desde 1979. A baixa deste ano empatou com a segunda mais baixa já registrada. Se a poluição por carbono continuar inabalável, até o final do século haverá uma chance de 10 a 35% a cada ano de que o gelo do mar desapareça no Ártico em setembro.
- É provável que os animais marinhos diminuam 15% e as capturas da pesca em geral devem diminuir de 21 a 24% até o final do século, devido às mudanças climáticas.
Preocupação com resultados
Os especialistas responsáveis pelo relatório demonstraram preocupação com o apontado pelo relatório. "Os oceanos e as partes geladas do mundo estão com grandes problemas e isso significa que todos estamos com grandes problemas também", disse um dos principais autores do relatório, Michael Oppenheimer, professor de geociências e assuntos internacionais da Universidade de Princeton. "As mudanças estão se acelerando."
Pela primeira vez, a equipe internacional de cientistas está projetando que "algumas nações insulares provavelmente se tornarão inabitáveis devido às mudanças climáticas e marítimas relacionadas à criosfera".
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