Ricardo Galvão, ex-presidente do Inpe, é escolhido um dos cientistas do ano
O ex-presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) Ricardo Galvão foi listado um dos dez cientistas do ano pela revista Nature, uma das mais prestigiadas na área de ciência do mundo. O físico deixou o cargo em agosto, após semanas de confronto com o governo Jair Bolsonaro (sem partido).
Ao jornal O Globo, Galvão disse que foi entrevistado por jornalistas da revista há duas semanas, ao participar de palestras em Nova York.
"Naturalmente, como brasileiro, me sinto triste pelo motivo da indicação ter sido o fato de o governo não ter cumprido suas obrigações com a preservação da Floresta Amazônica. Por outro lado, fico satisfeito, porque foi um momento difícil decidir o que fazer naquela ocasião, mas entendi que deveria demarcar uma posição firme. Não era apenas a questão do desmatamento, mas um ataque à ciência brasileira", afirmou ao jornal.
A crise começou no início de julho, quando dados divulgados pelo instituto mostraram que o desmatamento da Amazônia havia crescido 88% no mês de junho, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Após esse levantamento se tornar conhecido, Bolsonaro criticou Ricardo Galvão e disse que as informações não condiziam com a verdade. Em entrevista, Galvão rebateu as críticas aos números e chamou os comentários de Bolsonaro de "sem embasamento" e "conversa de botequim".
Na época, as afirmações de Bolsonaro provocaram grande reação da comunidade científica. Galvão, de 71 anos, disse ao Globo que uma das razões pelas quais foi escolhido foi "a coragem de contrariar o governo mostrando a importância da ciência. Ela não pode de forma nenhuma ser atacada."
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