Queda da poluição faz quantidade de raios diminuir em SP, diz estudo
Estudo produzido pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indica que a poluição na cidade de São Paulo teve queda devido ao isolamento social e, por consequência, essa redução levou à diminuição na quantidade de raios na cidade.
O cientista Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat - Grupo de Eletricidade Atmosférica, analisou dados de descargas atmosféricas entre 20 de março e 2 de abril de 2020, período em que o distanciamento social exigido por causa da pandemia do novo coronavírus diminuiu em cerca de 20% a poluição na capital paulista, de acordo com observações feitas em diversas estações pelo projeto World Air Quality.
A nova conclusão a partir dessa observação é que os raios diminuíram muito com a redução da poluição. O contrário ocorreu para os relâmpagos, que ficam dentro das nuvens.
Em anos anteriores, nesse mesmo período de tempo, de 40% a 63% do total das descargas elétricas — os raios — atingiram o solo. Em 2020, o percentual caiu para 4%.
"Supertempestades"
O estudo confirma que as "supertempestades", que têm ocorrido em São Paulo nos últimos anos, com mais de 3.000 raios, são consequência não somente do aumento local da temperatura, conhecido como "ilhas de calor", como também do aumento da poluição.
As mudanças nos padrões de urbanização da cidade trouxeram com elas grandes mudanças na formação das tempestades, diz o Elat. Relatos do padre José de Anchieta aos seus superiores na Europa, em 1554, durante a descoberta de Piratininga, a aldeia que deu origem à cidade de São Paulo, comprovam isso, afirma o grupo de pesquisas atmosféricas.
"Os trovões fazem tão grande estampido, que causam muito terror, mas raras vezes arremessam raios; os relâmpagos (dentro das nuvens) lançam tanta luz, que diminuem e ofuscam totalmente a vista, e parecem de certo modo disputar com o dia na claridade."
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