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Governador manda matar urso que atacou 2 homens na Itália; ONGs protestam

Causa do episódio segue em investigação, mas ativistas defendem preservação do animal; Imagem ilustrativa - Jens Buttner/AFP
Causa do episódio segue em investigação, mas ativistas defendem preservação do animal; Imagem ilustrativa Imagem: Jens Buttner/AFP

Do UOL, em São Paulo

29/06/2020 09h24Atualizada em 29/06/2020 10h08

Um urso marrom foi condenado à pena de morte após atacar um pai e um filho que faziam caminhada no Monte Peller, no norte de Trento, na Itália. Os dois sobreviveram.

O caso aconteceu na segunda-feira passada (22), quando Fabio Misseroni, 59, e seu filho Christian Misseroni, 28, passavam pela trilha. O animal apareceu e atacou primeiro o filho. Em seguida, Fabio entrou em combate com o urso.

"Ele se lançou contra o meu filho. Naquele momento, fui atrás dele para defender Christian. Ele mordeu minha perna, depois meu braço, depois minha outra mão", disse o pai em entrevista ao jornal L'Adige.

Fabio teve a perna quebrada em três lugares. Enquanto o urso lutava com Fabio, Christian bateu palmas para distraí-lo e, depois, o animal fugiu para a floresta.

Após o ataque, o governador de Trento, Maurizio Fugatti, anunciou que ordenaria a morte do urso. "Queremos dialogar com o ministério [do Meio ambiente] mas sabendo que temos uma lei que nos dá ampla margem de manobra para gestão dos grandes carnívoros", alegou Fugatti.

Investigadores estão tentando identificar o DNA do animal a partir de fragmentos de pelos e da saliva deixados nos ferimentos de Fabio.

Um grupo de ativistas defende que o animal não seja abatido, pelo menos até que as circunstâncias do ocorrido estejam esclarecidas. O "Animalisti Italiani" informou que se a decisão do governador se confirmar, os integrantes vão pedir a suspensão da pena de morte, de acordo com a BBC.

O Fundo Mundial para a Natureza também fez o mesmo pedido para Fugatti, alegando que ainda não se sabe se os humanos provocaram o urso — o que eles negam. A ONG lançou uma espécie de petição contra a morte do animal, que já contava com mais de 15 mil assinaturas.

Outras duas organizações, a Organização Internacional de Proteção dos Animais e a Liga contra a Vivissecção os filhotes, também afirmaram que vão entrar na Justiça para reverter a decisão.

Segundo a agência de notícias Ansa, o ministro do Meio Ambiente demonstrou apoio à tentativa de preservar a vida do animal até que a investigação seja concluída.

"Somente após a coleta de certas informações científicas sobre o animal envolvido no incidente com os dois cidadãos será possível avaliar soluções técnicas que, na minha opinião, não devem ser a eliminação", escreveu ele em uma carta ao governador.