Bolsonaro diz que Amazônia é maior que Europa, mas floresta é 59% menor
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se equivocou hoje ao dizer que a Amazônia é "muito maior" que a Europa, em uma tentativa de justificar a dificuldade de fiscalização contra queimadas. Ele também voltou a minimizar os incêndios, disse que a Amazônia "não pega fogo" e atribuiu a responsabilidade pelo fogo aos indígenas.
"Se vocês olharem bem, na região Amazônica não tem nada vermelho. A floresta não pega fogo", afirmou o presidente, enquanto mostrava uma foto de um satélite da NASA, a agência espacial dos Estados Unidos. "Os focos de incêndio que existem, é [sic] o caboclo, é o índio que toca fogo, é a cultura dele. O tamanho da Amazônia é maior que a Europa toda, não tem como você fiscalizar."
A floresta, segundo o IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística), tem área de 4,2 milhões de km² (a parte brasileira), aproximadamente; o continente europeu, de 10,2 milhões de km² — mais do que o dobro.
"Podiam começar a reflorestar a Europa para dar exemplo para nós, e não querer reflorestar a Amazônia que já tem floresta aqui", acrescentou.
Bolsonaro também voltou a criticar a atuação da imprensa no Brasil, dizendo que as notícias sobre as queimadas na Amazônia seriam mentirosas e a repercussão local e internacional a elas, uma "campanha maldosa contra o Brasil".
Regularização fundiária
O presidente ainda disse esperar que o Congresso aprove o projeto de lei da regularização fundiária, enviado ao Legislativo após a medida provisória (MP) sobre o assunto caducar. Segundo Bolsonaro, a MP teria sido aprovada se fosse incluída na pauta.
"Espero que o Congresso aprove o projeto porque isso nos ajuda a identificar quem porventura tocou fogo de forma criminosa na sua propriedade. Vai inibir a prática e acabar a pressão internacional, muitas vezes desproporcional e não verdadeira contra o Brasil", declarou.
Ele também afirmou que, se forem somadas todas as áreas desmatadas nos últimos 20 anos, o equivalente à "América do Sul todinha teria sido desmatado, porque as áreas são desmatadas novamente". O presidente não apresentou a fonte desses dados.
*Com Estadão Conteúdo
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