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Incêndios no Pantanal ameaçam espécies em extinção e rodovia

Quase 6% do Pantanal já pegou fogo entre janeiro e julho, de acordo com dados do governo - Lalo de Almeida/ Folhapress
Quase 6% do Pantanal já pegou fogo entre janeiro e julho, de acordo com dados do governo Imagem: Lalo de Almeida/ Folhapress

Jake Spring

Da Reuters, em Brasília

18/08/2020 17h30

As chamas estão se alastrando pelo Pantanal, aproximando-se da maior rodovia da região e pondo em risco espécies ameaçadas de extinção agora que a área está registrando os maiores incêndios em 15 anos para o mês de agosto transcorrido até agora.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 3.121 incêndios nos primeiros 15 dias deste mês, quase cinco vezes mais do que no mesmo período do ano passado. No ritmo atual, as chamas podem se aproximar do recorde histórico para qualquer mês desde que os registros começaram, em 1998.

"É extremamente difícil combater, controlar e combater um incêndio com as dimensões que este aqui tem no Pantanal", disse Paulo Barroso, presidente do comitê de incêndios local.

Os bombeiros da área trabalhavam para umedecer a terra fumegante e calcinada enquanto nuvens de fumaça alcançavam centenas de metros de altura.

Aproximadamente 8.500 quilômetros quadrados, ou quase 6% do Pantanal, já pegou fogo entre janeiro e julho, de acordo com dados do governo.

O Pantanal é uma das regiões de maior biodiversidade do planeta, contendo mais de 4.700 espécies de plantas e animais, entre elas algumas ameaçadas de extinção, como a onça, segundo o grupo ambientalista WWF.

A maior parte do amplo santuário da arara-azul-grande foi consumida pelas chamas neste ano, noticiou o jornal Folha de S.Paulo.

A região sofreu com chuvas menores do que a média e temperaturas mais altas do que a média nos últimos 30 dias, de acordo com a provedora de dados Refinitiv.

Os incêndios do Pantanal acontecem em meio a uma preocupação crescente com os incêndios na Amazônia, sua vizinha muito maior do norte do Brasil. Chamas surgiram na Amazônia nos primeiros dias de agosto, mas diminuíram 17% entre 1 e 15 de agosto na comparação com o mesmo período do ano passado.