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Volume do Cantareira passa de 40% pela primeira vez após 6 meses

27.08.2021 - Represa Jaguari, em Piracaia, no interior de São Paulo, que faz parte do Sistema Cantareira, em estado de alerta - Bruno Santos/Folhapress
27.08.2021 - Represa Jaguari, em Piracaia, no interior de São Paulo, que faz parte do Sistema Cantareira, em estado de alerta Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Letícia Mutchnik

Do UOL, em São Paulo

12/02/2022 04h00

O nível do Sistema Cantareira, reservatório de água que abastece a região metropolitana de São Paulo, ultrapassou nesta semana os 40% de sua capacidade pela primeira vez em seis meses -- desde de 10 agosto de 2021 o volume não ficava acima dessa marca, obtida na última terça. Ontem, o índice chegou a 41,8%, de acordo com dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Com fortes chuvas nas regiões de captação do Cantareira no início deste ano, o reservatório tem apresentado aumento crescente de volume -- que hoje atinge mais que o dobro no mesmo período de 2014 (19,4%), ano de grave crise hídrica no estado. Ainda assim, apesar da melhora na capacidade no manancial, o cenário está longe de ser satisfatório -- abaixo de 40%, opera em nível de alerta, mas a taxa ideal seria de 60%.

Pelas previsões do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), porém, o sistema deve chegar ao período de estiagem em torno de 30%.

"Infelizmente ainda não podemos dizer que estamos numa situação mais confortável, ainda temos o restante de fevereiro e todo março da estação chuvosa, e não temos previsão de como serão esses meses", afirma Luz Adriana Cuartas, pesquisadora de hidrologia do Cemaden.

Até o dia 11 deste mês, a Sabesp registrou precipitação de 81,2 mm, o que corresponde a 40% do esperado para fevereiro.

Sobre o futuro próximo da estação chuvosa, a pesquisadora afirma que "nas próximas duas semanas as chuvas estarão abaixo da média na região".

A escala da Sabesp para medir o volume útil dos reservatórios e classificar a gravidade da situação aponta como normal um nível igual ou maior que 60%. Quando o nível fica entre 40% e 60%, o estado é de atenção. Entre 30% e 40%, de alerta. Entre 20% e 30%, o estado é de restrição. Abaixo de 20%, o nível é considerado crítico. A fase muda de acordo com o dado da virada do mês, como aconteceu no fim de janeiro.

Veja o nível dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo, segundo a Sabesp:

Alto Tietê: 56,5% (+2,8 ponto percentual em relação à semana passada);

Guarapiranga: 86,2% (+1);

Cotia: 76,7% (+3,1);

Rio Grande: 101,9% (+0,2);

Rio Claro: 49,2% (+5,4);

.São Lourenço: 89% (-4,6)