Volume do Cantareira fica abaixo de 1/3 mesmo com chuva forte em SP
Poucos dias antes do final do mês, o Sistema Cantareira opera abaixo de 1/3 sua capacidade: o volume era de 30,7% na última sexta-feira (28), apesar dos temporais que atingiram a cidade de São Paulo na semana.
Até ontem, as precipitações continuavam abaixo da média histórica de janeiro, somando 219,4 mm, ou 83,2% do esperado para mês. A média histórica é de 263,7 mm. Os dados são da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
A última semana fez diferença, mas as precipitações não superaram a média mensal. Na semana anterior, só havia chovido 65,1% do esperado para o mês, 171,8 mm. Até sexta, no entanto, o número subiu para 219,4 mm, ou 83,2% do esperado para mês. A média histórica de janeiro é de 263,7 mm.
Ao longo do mês, o nível do Cantareira aumentou apenas 5,7 pontos percentuais (p.p.). No dia 1, estava em 25% —o que é pouco em relação a outros anos, onde a média é de um aumento de aproximadamente 10 p.p.
A situação ainda pode mudar neste final de semana.
Para o professor de pós-graduação em ciência ambiental do IEE (Instituto de Energia e Ambiente), da USP (Universidade de São Paulo), Pedro Luiz Côrtes, mesmo estando a três dias de fevereiro, ainda não é possível arriscar se o mês vai terminar acima ou abaixo do que é esperado pluviometricamente.
"Estão previstas chuvas mais intensas para esses próximos dias. Só depois dela poderemos saber como o Cantareira vai fechar janeiro", explica.
Ainda assim, a previsão para os próximos meses é de que as chuvas fiquem abaixo da média. "E de que não teremos uma recarga dos mananciais, principalmente o Cantareira", adiciona o especialista.
Para que tenhamos uma situação confortável no Cantareira nós precisaríamos de chuvas acima da média, o que não está prognosticado".
Pedro Luiz Côrtes, professor de pós-graduação em ciência ambiental do IEE (Instituto de Energia e Ambiente), da USP (Universidade de São Paulo)
Ainda, segundo o professor, o Cantareira corre o risco de chegar ao final do mês de abril com volume em torno de 30% a 35%. "O que seria ruim, já que geralmente durante o período de estiagem é consumido cerca de 10% a 20%, fazendo com que o manancial chegue no final de outubro com 0% a 10% da capacidade".
O que se pode esperar, entretanto, é que janeiro feche o mês acima dos 30% da capacidade. Neste caso, o reservatório sai do estado de restrição e volta ao o estado de alerta.
Segundo as regras da ANA (Agência Nacional de Águas), o estado é considerado de atenção quando o nível fica entre 40% e 60%, de alerta quando está entre 30% e 40% e de restrição —o atual—, entre 20% e 30%. Abaixo de 20%, o nível é crítico.
Veja o nível dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo, segundo a Sabesp
- Alto Tietê: 48,6% (-0,3% em relação à semana passada)
- Guarapiranga: 73,7% (0%)
- Cotia: 62,9% (+2,1%)
- Rio Grande: 95,1% (-2,4%)
- Rio Claro: 41,8% (-2,1%)
- São Lourenço: 83,0% (-6,4%)
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