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Foco do Ibama será financiadores do garimpo na Terra Yanomami, diz Marina

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente - Pedro Borges/Alma Preta - 16.nov.2022
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente Imagem: Pedro Borges/Alma Preta - 16.nov.2022

Do UOL, no Rio

06/02/2023 11h34

A fuga de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami às vésperas do início de uma operação das forças de segurança não irá prejudicar a punição dos responsáveis pelo garimpo ilegal, segundo a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

O foco do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) será identificar financiadores e fornecedores de maquinário, disse ela hoje.

Neste fim de semana, vieram a público vídeos de garimpeiros fugindo da Terra Indígena Yanomami após o bloqueio do espaço aéreo decretado pelo presidente Lula.

A ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas) afirmou no sábado que o governo dispõe de informações de inteligência que confirmam o êxodo.

Marina afirmou que o garimpeiro "que carrega trouxa de lama na cabeça" não é o responsável por viabilizar o garimpo ilegal.

Tem alguém que está bancando isso, não tem? Você consegue imaginar o garimpeiro que carrega a trouxa de lama a cabeça, que é ele que compra aqueles equipamentos, que tem como fornecer o combustível, que fornece a cadeia de alimentos, a infraestrutura de avião?
Marina Silva

A ministra declarou ainda que parte do trabalho será feito no âmbito judicial, a partir de investigação da PF. Ela afirmou que o cruzamento das apurações de diversos órgãos possibilitará a identificação dos responsáveis.

"Tem uma parte que são os fornecedores de equipamentos. Tem uma parte que são aqueles que bancam aquela infraestrutura. Quando são feitos os cruzamentos de várias investigações, você consegue encontrar os culpados."

Marina também afirmou que o governo irá adotar medidas para evitar o deslocamento dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami para outros polos de garimpo ilegal na Amazônia. Segundo ela, presença da fiscalização inibe esse tipo de deslocamento.

Por isso que o planejamento tem que ser feito pensando no conjunto da obra. Tem uma prioridade: a Terra Indígena Yanomami, a Terra Indígena Munduruku, a Terra Indígena Kayapó. E tem outras operações de rotina acontecendo também.

"É trabalhar para que não aconteça o transbordo do garimpo. Mas o transbordo acontece quando eles têm a expectativa do arrefecimento da ação do Estado. Eles sabem que é feito às vezes uma operação que não tem continuidade. Quando você tem uma ação continuada [é diferente]".