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Cogumelo mais mortal do mundo já acabou com a vida de dois imperadores

Cogumelo chapéu-da-morte em vários estágios de maturidade - Divulgação / CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças)
Cogumelo chapéu-da-morte em vários estágios de maturidade Imagem: Divulgação / CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças)

Colaboração para o UOL

20/02/2023 04h00

O cogumelo da espécie Amanita phalloides, também conhecido como chapéu-da-morte, é considerado o mais mortal do mundo e está envolvido em uma nova descoberta: ele pode se reproduzir de maneira assexuada, sem a necessidade de mistura de material genético.

Acredita-se, inclusive, que esse cogumelo tenha sido responsável pela morte de dois imperadores romanos: Cláudio, no ano 54 d.C., e Carlos 6º, em 1740.

O que se sabe sobre o Amanita phalloides?

  • Espécie de cogumelo que se originou na Europa, mas se espalhou em toda a América do Norte.
  • Pode ter de 3 a 15 cm de diâmetro e coloração verde-amarelada não uniforme.
  • Seu principal constituinte tóxico é a Alfa-Amanitina, que causa insuficiência hepática e renal.
  • Cozinhá-lo não inativa sua toxina.
  • Estima-se que apenas meio cogumelo dessa espécie tenha toxina suficiente para matar um ser humano adulto.

De acordo com o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), principal agência federal de saúde dos Estados Unidos, o tempo desde os sintomas iniciais até possivelmente a morte após a ingestão da espécie é de sete a dez dias em casos graves.

Os sintomas iniciais são: dor abdominal, vômito, diarreia e desidratação. O quadro pode evoluir para pressão sanguínea baixa, insuficiência hepática e renal, convulsões, delírio, hemorragia e até coma. O transplante de órgãos pode ser necessário para evitar a morte.

Segundo o Digital Journal, uma pesquisa recente aponta que o Amanita phalloides encontrou uma nova maneira de se reproduzir: sozinho. O estudo em questão, publicado pelo Cold Spring Harbor Laboratory no bioRxiv, afirma que o chapéu-da-morte parece ter sido capaz de se reproduzir tanto de maneira sexuada quanto assexuada, e isso estaria agindo na sua propagação.

As diversas estratégias reprodutivas do chapéu-da-morte provavelmente estão facilitando sua rápida disseminação, revelando uma profunda semelhança entre invasões de plantas, animais e fungos.
Trecho do artigo assinado por Yen-Wen Wang, Megan C. McKeon, Holly Elmore, Jaqueline Hess, Jacob Golan, Hunter Gage, William Mao, Lynn Harrow, Susana C. Gonçalves, Christina M. Hull e Anne Pringle