Ciclone atinge Sul do país; qual risco e por que fenômeno está mais comum?

Um ciclone extratropical deve chegar à região Sul do Brasil nesta quarta-feira, e a previsão é de fortes rajadas de vento e chuvas intensas. Antes mesmo da formação do ciclone, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina já registravam chuva e vento forte.

Mas o que é, afinal, um ciclone e quais as diferenças para outros fenômenos meteorológicos?

Ciclone, na verdade, é o nome genérico para ventos circulares, como tornado, furacão e tufão. O que difere cada um deles é a velocidade atingida pelos ventos e também onde eles ocorrem.

Encontro entre ar quente e frio

Considerado um tipo de tempestade violenta, o ciclone tem ventos que superam os 50 km/h e acontece em regiões tropicais e subtropicais.

Em resumo, os ciclones extratropicais são formados pelo encontro entre ar quente e ar frio. Durante esse encontro, o ar úmido e quente sobe para as camadas mais altas da atmosfera, enquanto o ar gelado desce. Isso gera uma área de instabilidade, com ventos fortes, chuva e frio. Assim, pode se formar o gigante giratório com até 3 quilômetros de diâmetro.

Os ciclones são formações naturais, mas estão cada vez mais frequentes e violentos. A crise climática deixou a Antártida mais quente, o que tem alterado a dinâmica entre os ventos quentes e frios.

Segundo especialistas, a crise climática vai produzir ciclones em regiões onde não existiam, os tornarão mais frequentes e agressivos. Não à toa, a região Sul enfrentou ciclones violentos nos últimos anos.

O que esperar deste ciclone? Segundo a Metsul, o ciclone que se forma hoje terá um diferencial em relação à maioria dos ciclones que afetam o estado. O fenômeno se forma sobre o Rio Grande do Sul, e não sobre o mar. Isso leva vento forte a mais cidades.

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Rajadas perto de 100 km/h. Ainda segundo a Metsul, as rajadas terão, em média, de 50 km/h a 80 km/h na maioria dos municípios gaúchos. As mais fortes devem ocorrer no Sul e no Leste gaúcho, "com rajadas perto ou até acima de 100 km/h em alguns pontos".

Como diferenciar outros fenômenos meteorológicos?

Brisa é um vento de pouca intensidade. Geralmente, os ventos da categoria não ultrapassam os 50 km/h.

No caso dos furacões, a velocidade é igual ou superior a 119 km/h. Quando acontece no hemisfério sul, os ventos giram no sentido horário, enquanto no hemisfério norte no anti-horário. O fenômeno surge no mar do Caribe ou nos Estados Unidos, mede de 200 km a 400 km de diâmetro e pode chegar a vários dias de duração — até atingir a terra firme, perder força e se dissipar.

O vendaval chega a atingir até 150 km/h e pode ter uma duração de até cinco horas. Assim como outros fenômenos, esse vento forte também tem um grande poder de destruição.

O tornado é o mais forte dos fenômenos meteorológicos, com alto poder de destruição. Menor e mais intenso que os outros tipos de ciclones, ele dura aproximadamente 20 minutos e pode ter ventos de mais de 400 km/h — quando não é de alta intensidade, seus ventos vão até 160 km/h. Quanto à largura, pode ser menor que 30 m ou atingir até 2,5 km. Geralmente, acontece em zonas temperadas do hemisfério norte.

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Já o tufão é o nome que se dá aos ciclones formados na parte ocidental do oceano Índico e também no sul da Ásia. O fenômeno surge no mar da China e, então, atinge o leste asiático.

*Com reportagem publicada em 16/06/2023

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