Aranha-marrom mata jovem de 23 anos; qual o perigo do animal?

Mesmo com poucos centímetros de comprimento, a aranha-marrom pode ser fatal. Um jovem de 23 anos morreu após ser picado por um espécime, na Itália, segundo a AFP. No entanto, a espécie não é considerada agressiva, picando só quando se sente ameaçada.

Características da aranha-marrom (Loxosceles reclusa)

Tamanho e origens. A espécie é nativa dos Estados Unidos e tem, em média, 3 cm de comprimento. É considerada pequena para um aracnídeo.

Hábitos e agressividade. A espécie tem hábitos noturnos e constrói teias irregulares, como "algodão esfiapado". Não é considerada agressiva, sendo que a picada acontece geralmente quando se sente ameaçada ou quando o animal é prensado (exemplos: calçar um sapato em que a aranha está ou se deitar em uma superfície em cima da aranha).

Esconderijos. As aranhas dessa espécie se escondem em telhas, tijolos, madeiras, especialmente nas fendas formadas nesses materiais. Dentro de casa, o aracnídeo pode se instalar atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens ou porões. Ambientes com pouca iluminação e movimentação são mais propícios para a presença da aranha.

Aranha-marrom. Espécie pode ser encontrada em zonas rurais e em ambientes urbanos. Prevenção é fundamental para evitar acidentes com o animal
Aranha-marrom. Espécie pode ser encontrada em zonas rurais e em ambientes urbanos. Prevenção é fundamental para evitar acidentes com o animal Imagem: Reprodução/BioDiversity4All

Sintomas da picada. Segundo o Ministério da Saúde, a picada da aranha-marrom geralmente é imperceptível, porém pode causar a necrose (morte das células) na pele. As dores podem ter intensidades variadas e o local da picada pode apresentar uma coloração pálida, inchaço, endurecimento e bolha. Pode haver ainda febre, mal?estar geral, fraqueza, náusea, vômitos e dores musculares. Quadros mais graves incluem eventual anemia e comprometimento da função dos rins, podendo evoluir para a morte a depender do organismo da vítima.

Prevenção. Para evitar acidentes com aranhas, é fundamental, entre outras medidas, manter jardins e quintais limpos, além de evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas. Sacudir roupas e sapatos também é uma forma de se certificar de que não há uma aranha ou até mesmo um escorpião escondido ali. Residências localizadas em locais com maior tendência de surgimento de aranhas devem tomar mais medidas de prevenção, como vedar a soleira de portas e janelas ao escurecer e utilizar calçados e luvas apropriados.

Animal provocou morte na Itália. Um jovem de 23 anos morreu em Puglia, na Itália, após ser picado por uma aranha-marrom. Segundo a agência de notícias ANSA, Giuseppe Russo trabalhava no campo quando foi mordido na perna direita pela aranha, em julho deste ano. Inicialmente, Russo teria pensado que tinha sido picado por um mosquito. No entanto, o vergão causado pela picada aumentou, e dores intensas surgiram junto a um abcesso que acabaria necrosando o membro. Russo faleceu por choque séptico e falência múltipla de órgãos.

Aranha-marrom no Brasil

Espécie existe no país. Segundo o Ministério da Saúde, as aranhas do gênero Loxosceles estão entre as consideradas "de importância em saúde pública", pela potencial gravidade de sua picada.

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Espécime de aranha-marrom
Espécime de aranha-marrom Imagem: Reprdução/BioDiversity4All

Outros dois gêneros se enquadram nessa definição. São eles: o gênero Phoneutria, popularmente chamadas de aranha-armadeira ou macaca e o Latrodectus, as famosas aranhas viúva-negra.

Demais gêneros de aranha são consideradas menos perigosas. De acordo com o Ministério, acidentes causados por outras espécies podem ser comuns, porém não apresentam relevância em saúde pública. Nesse caso, os principais grupos são as aranhas-caranguejeiras e aranhas de grama ou jardim. As aranhas-caranguejeiras, embora grandes e frequentemente encontradas em residências, não causam acidentes considerados graves.

Situação epidemiológica. Segundo dados do Ministério atualizados em 2023, os acidentes por aranhas do gênero Loxosceles ocorrem com maior frequência nos meses de outubro a março. A região Sul é responsável por cerca de 80% das notificações de acidentes do tipo no Brasil. Já picadas de aranhas viúva-negra têm maior concentração nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pernambuco.

O que fazer caso seja picado por animal peçonhento

Não utilize gelo. Até receber atendimento médico, o recomendado é aplicar compressas mornas no local da picada.

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SAMU ou Bombeiros. Em caso de emergência, contate imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou o Corpo de Bombeiros (193). Caso seja necessário, entre em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica que atende a sua região. Os respectivos telefones dos Centros estão disponibilizados no site do Ministério da Saúde.

Atendimento especializado. O Ministério da Saúde oferece também uma lista de hospitais de referência para atendimento de acidentes por animais peçonhentos. A listagem é separada por estado e conta com telefone e indicação dos tratamentos disponíveis em cada estabelecimento.

Tratamento é realizado, principalmente, com soros específicos. No caso de picada de aranha do gênero Loxosceles, os antivenenos usados são os ASALox (soro antiloxocélico) e BSAAr (soro antiaracnídico).

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