Estado de SP terá risco máximo para incêndios nos próximos dias; veja mapas

Após a melhora nos focos de incêndio que devastaram parte do estado de São Paulo, a região pode voltar a sofrer com queimadas nos próximos dias. Segundo a Defesa Civil, o risco de emergência tomará quase todo o estado no próximo domingo (1).

Previsão indica alerta máximo

Projeção da Defesa Civil indica progressão do risco de incêndio. A partir dessa quarta-feira (28), o risco de queimadas deve aumentar gradativamente em São Paulo e atingir o pico no próximo domingo (1), quando praticamente todo o estado estará na zona de emergência.

Escala de cores indica tamanho do risco. Na imagem acima, o amarelo representa risco baixo para incêndio; o laranja, alto; o vermelho, alerta; e o roxo, emergência.

Próximo domingo (01) deve ter pior risco de incêndio no estado, quase todo tomado pela cor roxa na projeção
Próximo domingo (01) deve ter pior risco de incêndio no estado, quase todo tomado pela cor roxa na projeção Imagem: Reprodução/Defesa Civil/Climatempo

Norte do Estado deve ser a região mais atingida. Cidades como Barretos e Ribeirão Preto já estão dentro da zona de emergência, segundo a projeção. Com o avanço da zona mais extrema, a emergência atinge Franca, Araçatuba e Presidente Prudente. Nesses municípios, o alerta máximo deve permanecer até a próxima segunda-feira (2).

Baixada Santista terá menor risco. De acordo com a previsão, o litoral do estado não deve ser enquadrado no risco de emergência. No entanto, no domingo o risco de incêndio na região é considerado alto.

Condições climáticas influenciam no risco indicado. Determinante para a diminuição dos focos de incêndio no último final de semana, a chuva não deve voltar para a região nos próximos dias. Fatores como a umidade do ar e temperatura também influenciam no início e na propagação de queimadas. Na capital, os termômetros devem indicar elevação gradual na temperatura ao longo da semana, chegando aos 30ºC no domingo, de acordo com a Climatempo.

Fumaça pode voltar a tomar o céu de São Paulo. Segundo previsão da Climatempo, é possível que a fuligem das queimadas volte a escurecer o céu de cidades paulistas, prejudicando a visibilidade e a qualidade do ar na região, de acordo com a atuação dos ventos.

Recordes em São Paulo e no Brasil

Programa Queimadas registrou 53.976 focos de incêndio no Brasil até a última terça-feira (27). De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o número de focos de queimadas no país em agosto de 2024 já é o maior para o mês desde 2010.

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Ainda segundo o Inpe, o estado de São Paulo tem o maior índice de queimadas em agosto desde o início da série histórica, em 1998. Foram registrados 3.496 focos de incêndio para o mês neste ano, superando o recorde de 2010 (2.444).

O que aconteceu

Incêndios vêm assolando diferentes regiões do Brasil desde a última semana. Além de São Paulo, milhares de focos de calor foram registrados na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal. Somente na última sexta-feira (23), 4.928 focos foram verificados em todo o país.

Ventos espalharam fogo e fumaça. Com a chegada de uma frente fria ao estado de São Paulo no último sábado (24), o vento forte espalhou incêndios, gerou tempestades de poeira e carregou a fumaça para mais cidades. O céu encoberto pela fuligem foi registrado em diversos municípios brasileiros.

Densa fumaça cobre Ribeirão Preto, no interior de São Paulo
Densa fumaça cobre Ribeirão Preto, no interior de São Paulo Imagem: JOEL SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO

Parte das queimadas foi causada de forma intencional. A Polícia Federal abriu dezenas de investigações para apurar as causas de incêndios e prendeu suspeitos de terem iniciado queimadas propositalmente em São Paulo e em Goiás.

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Prejuízos na produção agrícola devem ser sentidos no preço final de produtos. Os incêndios em plantações de cana de açúcar, por exemplo, devem impactar diretamente o preço do etanol e do próprio açúcar. Segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil, os produtores do ramo devem ter um prejuízo de cerca de R$ 350 milhões por conta das queimadas recentes.

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