Skaf diz que tabelamento de frete é "coisa do século passado"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

O pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo MDB, Paulo Skaf, afirmou nesta sexta-feira (8) que o início da greve dos caminhoneiros foi legítimo contra o que classificou de "abuso" de preços praticado pela Petrobras. Ele, porém, criticou o tabelamento dos preços do frete, umas das principais medidas acordadas entre a categoria e o governo federal para pôr fim à paralisação.

Em sabatina ao UOL, "Folha de São Paulo" e SBT, Skaf, declarou que tabelamento de preço é "coisa do século passado". Skaf disse ainda que o Brasil é "maior do que qualquer categoria" e questionou alguns efeitos decorrentes da greve, como a morte de animais.

Veja também

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), de cuja presidência Skaf se licenciou nesta quarta (6) para concorrer às eleições de outubro deste ano seguindo a lei eleitoral, pretende entrar com uma ação na Justiça contra o tabelamento de preços de frete.

Tabelamento de preço é uma coisa do século passado. O Brasil já aprendeu que não dá certo

Paulo Skaf (MDB), pré-candidato ao governo de SP

Na quinta-feira (7), o presidente Michel Temer (MDB) cedeu novamente aos caminhoneiros autônomos e recuou da adoção de nova tabela mínima do frete anunciada.

"Eu sou a favor de mercado. Tabelamento de preço comprovadamente não dá certo. Você se reunir e combinar preço tabelado, isso não é possível. Imagine só se vamos reunir a indústria automobilística e tabelar os preços com 100% de aumento para que o consumidor tenha que pagar 100% de aumento, vamos tabelar os alimentos, os serviços. Não funciona", declarou.

De acordo com Skaf, houve um aumento na oferta de caminhões nos últimos anos, mas, devido à falta de crescimento da economia brasileiro, a demanda não acompanhou a nova quantidade disponível, reduzindo o preço do frete.

"Abuso da Petrobras"

"O prejuízo [por conta da greve] de quase R$ 100 bilhões calculados foram da indústria, comércio, agricultura, pessoas, escolas, crianças, milhares de animais que foram mortos, morreram sem ração, ração que não chegou, animais em carga. [...] Não estou criticando o que passou, mas o início do movimento foi legítimo contra o abuso da Petrobras, os impostos elevados, que, diga-se de passagem, não é só do frete", falou.

Segundo Skaf, a Petrobras é monopolista no setor petrolífero no Brasil e pratica preços acima do praticado pelo mercado internacional.

Ele defendeu que a empresa continue a operar seguindo a variação do preço do barril do petróleo, mas criticou reajustes diários. O problema, voltou a dizer, é a prática de preços acima do mercado mundial pela empresa.

"Os preços historicamente são acima do internacional. Isso a Petrobras faz para assustar o mercado a importar. É uma política, estratégia. É errado isso, gera insegurança. É quase uma agressividade ao consumidor. [...] Ela tem que ter custos competitivos e não abusar nos seus preços, porque é um monopólio", disse.

Doria será o próximo sabatinado

Skaf foi o terceiro pré-candidatos a ser sabatinado entre os postulantes ao governo estadual. Luiz Marinho (PT) foi o primeiro, na segunda (28); dia 30, foi a vez de Márcio França (PSB). Na próxima segunda, será a vez de João Doria (PSDB).

Veja a íntegra da sabatina com Paulo Skaf

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos