Haddad diz que respeitará indicação ao escolher chefe do Ministério Público

Do UOL, em São Paulo

  • Roberto Casimiro - 15.out.2018/Estadão Conteúdo

O candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, garantiu que, se for eleito, respeitará a lista de indicações do Ministério Público para a escolha da chefia da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Em entrevista à TV Globo na terça-feira (16), Bolsonaro não se comprometeu a escolher a nova chefia da PGR a partir da lista tríplice oferecida pelos representantes do Ministério Público e sugeriu que não deve manter a atual ocupante do cargo, Raquel Dodge, que tem o apoio de seus pares para a permanência.

"O critério é a isenção. É alguém que esteja livre do viés ideológico de esquerda, que não tenha feito carreira em cima disso. Que não seja um ativista no passado por certas questões nacionais". Ele negou que vá escolher alguém do Ministério Público Militar para o posto.

"Me comprometo a respeitar a lista tríplice do Ministério Público para a escolha do Procurador-Geral da República em favor da autonomia do órgão", escreveu Haddad em sua rede social nesta quarta-feira (17).

A procuradora-geral fica à frente da instituição até setembro de 2019, podendo ficar no cargo por mais dois anos.

Em abril, Dodge denunciou Bolsonaro por racismo. Em setembro, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou a denúncia.

O que é a lista tríplice?

A lista tríplice para Procurador-Geral da República começou a ser organizada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) em 2001. Podem se candidatar ao cargo funcionários de carreira do Ministério Público Federal, em atividade e maiores de 35 anos. A votação acontece a cada dois anos, período de um mandato do PGR.

Os três nomes mais votados pelos procuradores só foram ignorados na primeira edição, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reconduziu Geraldo Brindeiro ao comando da Procuradoria. A partir de 2003, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, sempre escolherem o nome mais votado. 

Em 2017, Michel Temer (MDB), já então alvo de suspeitas, decidiu não escolher o procurador mais votado por seus pares, Nicolau Dino, mas optou por Dodge, a segunda da lista. Segundo a Constituição, o presidente pode escolher qualquer um dos mais de 1.400 procuradores da República em atividade para comandar a PGR.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos