Sete estados elegem governadores no 2° turno que apoiaram Bolsonaro
Do UOL, em São Paulo
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Cristiane Mattos/O Tempo
Romeu Zema (Novo), que venceu em Minas Gerais, já tinham surpreendido no primeiro turno ao colar sua imagem à de Bolsonaro
Dos 13 estados mais o Distrito Federal que disputaram o segundo turno neste domingo (28), sete elegeram governadores que declararam apoio direto a Jair Bolsonaro (PSL). O capitão reformado já tinha ajudado a garantir vitórias expressivas de aliados na Câmara dos Deputados, nas Assembleias estaduais e até mesmo no Senado, onde a bancada do PSL passou de nenhuma para quatro cadeiras.
Pela primeira vez na história, o partido também conseguiu eleger três governadores. Em Santa Catarina, Comandante Moisés (PSL) venceu Gelson Merísio (PSD), Rondônia deu a vitória para Coronel Marcos Rocha (PSL) sobre Expedito Júnior (PSDB). Em Roraima, Antônio Denarium (PSL) venceu Anchieta (PSDB).
A estratégia pode ter sido decisiva em outros sete estados. Ibaneis Rocha (MDB) levou a eleição no Distrito Federal, onde transitou com folga desde o primeiro turno. O emedebista chegou a sugerir dobradinha de votos nele e em Bolsonaro, mas não declarou oficialmente seu apoio ao pesselista. Seu adversário, o atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ficou neutro.
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite declarou seu apoio à campanha de Bolsonaro e se elegeu, batendo José Ivo Sartori (MDB). Wilson Lima (PSC), no Amazonas, também venceu com apoio de Bolsonaro. Ele derrotou Amazonino Mendes (PDT).
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Em Mato Grosso do Sul, tanto o vencedor, Reinaldo Azambuja (PSDB), quanto Juiz Odilon (PDT) se posicionaram a favor do capitão reformado, o que pode ter contribuído para uma disputa acirrada. O político do PDT contrariou a direção nacional do próprio partido ao apoiar o capitão reformado.
Apoios polêmicos
Wilson Witzel (PSC), eleito no Rio de Janeiro, e Romeu Zema (Novo), que venceu em Minas Gerais, já tinham surpreendido no primeiro turno ao colarem suas imagens à de Bolsonaro. Os dois candidatos foram ao segundo turno após fazerem acenos ao presidenciável do PSL.
Mas Witzel teve problemas com a falta de apoio direto de militares do núcleo duro de Bolsonaro, como o general Augusto Heleno.
Já Zema foi repreendido por seu partido, o Novo, após o apoio declarado. Na reta final, após ter sido chamado de "oportunista" por simpatizantes de Bolsonaro, ele tentou suavizar as posições mais radicais do pesselista.
Outro apoiador bem-sucedido foi João Doria (PSDB), que bateu Márcio França (PSB) em São Paulo. O tucano declarou apoio ao capitão reformado logo após a confirmação de que enfrentaria França, lançando a "chapa" Bolsodoria. França declarou neutralidade no pleito presidencial, dizendo que era sua função como atual governador ficar distante da polarização em nível nacional e "ajudar a unir o Brasil a partir de São Paulo".
Derrotados
Nem todos os candidatos que declararam apoio a Bolsonaro tiveram sucesso. No Rio Grande do Norte, essa tática falhou. Carlos Eduardo (PDT) foi derrotado pela petista Fátima Bezerra.
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