Leia a transcrição da entrevista de Ronaldo à Folha e ao UOL
Ronaldo Nazário, ex-jogador de futebol e empresário, participou do programa "Poder e Política - Entrevista". A gravação ocorreu em 16.mar.2012, em São Paulo. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.
>>Fotos da entrevista com Ronaldo.
Leia a transcrição da entrevista e assista ao vídeo:
Ronaldo – 16/3/2011
Narração de abertura: Ronaldo Luís Nazário de Lima tem 35 anos. Ex-jogador de futebol, participou de 4 Copas do Mundo. É o jogador que mais marcou gols no torneio: 15.
Ronaldo foi escolhido 3 vezes o melhor jogador do mundo pela Fifa. Tornou-se profissional aos 16 anos, no Cruzeiro. Jogou também no time holandês PSV, nos espanhóis Barcelona e Real Madrid e nos italianos Milan e Inter de Milão. Encerrou no Corinthians.
Aposentado, Ronaldo abriu uma empresa de marketing esportivo. Mantém boas relações com dirigentes do futebol e com o governo. É integrante do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014.
Folha/UOL: Olá internauta. Bem-vindo a mais um "Poder e Política Entrevista".
Este programa é uma realização do jornal Folha de São Paulo, dos portais Folha.com e do UOL. A gravação em geral é sempre realizada em Brasília. Mas desta vez está sendo em São Paulo. É que o entrevistado desta edição do Poder e Política é o ex-jogador e agora empresário Ronaldo Nazário de Lima.
Folha/UOL: Olá, Ronaldo. Obrigado por dar essa entrevista para a Folha, para o UOL. Eu começo perguntando: sua vida de empresário agora, não é mais jogador de futebol, quais são suas atividades exatas como empresário, quais são os seus clientes, como é a sua rotina agora, pós futebol?
Ronaldo: Prazer estar aqui falando com você. A entrevista está sendo aqui hoje, mas poderia ser em Brasília, que acabo de chegar de lá, poderíamos ter feito tranquilamente essa entrevista lá.
Minha rotina como empresário está sendo intensa. A agência 9ine tem ocupado bastante meu tempo, novos clientes, captação de patrocínios, tocando já os clientes existentes. Temo suma projeção de crescimento muito grande para esse ano.
Folha/UOL: Quem são os seus clientes atuais, os principais pelo menos?
Ronaldo: Nós temos Duracell, Extra, GSK, temos Marfinite. Temos algumas outras coisas pontuais. Temos uma outra área em que lidamos e tratamos com atletas de alto nível...
Folha/UOL: Os atletas quais seriam os atletas atuais? Quais que estão com a 9ine?
Ronaldo: Nós cuidamos da imagem do Anderson Silva, que é um sucesso no Brasil hoje, um carisma tremendo. Cuidamos do Neymar, da imagem do Neymar, mesmo que compartilhada com o Santos, que detém o direito de imagem do jogador. Temos também o Lucas, do São Paulo, e Pedro Barros que é um outro atleta nosso. Alguns outros talentos também, o Falcão, do futsal...
Folha/UOL: O faturamento da 9ine é conhecido? A ordem de grandeza do faturamento da 9ine você poderia dizer ou essa é uma informação reservada?
Ronaldo: Não, o que eu posso dizer é que, esse ano, a gente começou em março as nossas operações...
Folha/UOL: Está completando um ano então?
Ronaldo: É. Está completando um ano. Tivemos aí muito trabalho, fizemos um investimento alto também na implementação e na montagem da equipe, contratações, enfim.... teve um grande custo. Mas o que posso dizer é que tivemos um ano em azul. Pagamos todas as despesas e teve u pequeno lucro. Um lucro insignificante, muito pequeno. Mas, de qualquer maneira, para uma empresa de primeiro ano no ramo de comunicação, isso é um grande sucesso haja vista que...
Folha/UOL: A expectativa de faturamento anual seria da ordem de quanto?
Ronaldo: A gente ainda está vendo o mercado como se comporta em relação à nossa atividade. Na verdade somos uma agência de publicidade, full service. As pessoas ainda têm dúvida do que exatamente fazemos como agência. Nós somos preparados e homologados para fazer qualquer tipo de serviço de publicidade.
Folha/UOL: A divisão da acionária da 9ine é entre você e a WPP? Como é a divisão acionária da 9ine?
Ronaldo: A divisão acionária é de 45% WPP, 45% sou eu e 10% do Marcus Buaiz, um outro sócio.
Folha/UOL: A “Folha” até estava fazendo a sua espécie de investigação sobre a sua biografia, a 9ine foi registrada originalmente na junta comercial [como sendo] 100% da WPP, aí vocês têm um contrato entre si para essa divisão acionária? É assim que funciona?
Ronaldo: É. Foi um contrato, uma solução burocrática para fazer a divisão acionária, de modo que assim foi feito.
Folha/UOL: Como empresário esse tema veio para mídia quando você passou a fazer parte do COL, do Comitê Organizador para a Copa do Mundo de 2014 aqui no Brasil, sobre se haveria eventualmente algum conflito de interesses. Pelo fato de você ser empresária, atuar na área esportiva e com algumas marcas que têm interesses publicitários no evento Copa do Mundo. Há ou não há esse conflito de interesses no caso de sua participação no COL?
Ronaldo: Sem a menor dúvida, não há o menor tipo de conflito de interesses. O comitê, primeiro, ele não contrata serviços. Ele, no exemplo de estádios, o comitê ele está supervisionando as obras, acompanhando o andamento das obras. Portanto não indica nem contrata nenhum tipo de serviço para obras, então não tem nenhum tipo de conflito de interesses nisso.
Folha/UOL: O fato de ter alguns eventuais clientes da 9ine que serão eventualmente patrocinadores da Copa não faz com que exista esse conflito na sua opinião, nesse caso?
Ronaldo: Não. Acho que não. E seria ótimo se algum cliente nosso entrasse realmente na cota Fifa porque isso quer dizer um faturamento maior para a gente também, dentro da legalidade. Porque os clientes que nós temos, lógico, nós trabalhamos a imagem e queremos estar em grandes eventos. E isso seria ótimo. Mas mesmo assim não há nenhum tipo de conflito nisso.
Folha/UOL: Você é um dos três integrantes do COL, são três integrantes. O presidente da CBF, que foi Ricardo Teixeira, agora é José Maria Marin, Ronaldo e o seu ex-colega de seleção, ex-jogador também, Bebeto. A sua presença no COL se deu por convite do antigo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O fato de ele ter saído agora muda alguma coisa ou continua tudo igual?
Ronaldo: É, continua igual. O fato de ter recebido o convite do Ricardo Teixeira não me liga a ele exatamente. Eu tenho uma ótima relação com ele, sinto realmente muito tudo o que tem acontecido, mas a minha participação continua no meu trabalho voluntário no qual eu espero incentivar e propagar realmente um entusiasmo para o povo brasileiro em fazer o maior evento do mundo.
Folha/UOL: Eu ia perguntar sobre o Ricardo Teixeira, mas já que você mencionou, qual é o impacto que tem a saída de Ricardo Teixeira da CBF? Logo que ele saiu, deu uma entrevista exaltando aí a gestão dele, defendendo a gestão de Ricardo Teixeira. Para você, há uma perda grande com a saída dele no comando da CBF, para o futebol brasileiro?
Ronaldo: Eu acho que o futebol está bem encaminhado no Brasil. Já houve muitas mudanças importantes no futebol brasileiro. Sem dúvida grandes conquistas também e que fazem do nosso futebol um futebol importante no cenário mundial. Logicamente que mudanças são sempre bem vindas. Acho que, agora, entrando o José Maria Marin que vai comandar a CBF até a Copa do Mundo, por ter entrado dessa maneira eu acho que vai dar continuidade no trabalho que vinha sendo feito. E a partir de 2014 vai ser outra história, com eleição, com a participação cada vez maior do público brasileiro, o público apaixonado por futebol, que vai se interessar também pela administração do futebol brasileiro.
Folha/UOL: A sua avaliação da gestão de Ricardo Teixeira é uam avaliação positiva?
Ronaldo: A minha avaliação é sim positiva. Logicamente que não sou advogado e eu me defendo. Estou sempre falando por mim e não falo pelos outros. Mas acredito que a participação dele no futebol deu uma grande contribuição. O maior exemplo de todos na minha opinião é ser o maior articulador para trazer a Copa do Mundo para o Brasil. Acho que era impensável antes do Ricardo Teixeira alguém com tamanha força para conseguir trazer o maior evento do mundo para o Brasil.
Folha/UOL: O fato de ele ter ficado 23 anos lá, teria algum óbice que você poderia apontar, algo na gestão dele que poderia ser melhor? Se pudesse apontar algum qual seria?
Ronaldo: Acho que todos nós temos que melhorar sempre. Eu acho que o fato de você estar numa entidade onde envolve a paixão do brasileiro, isso é de uma responsabilidade muito grande. E o povo brasileiro sente carência de transparência. As pessoas têm que ser o mais transparente possível. Tanto na vida pessoal e como na vida empresarial, ainda mais carregando uma paixão tão grande como é o futebol. Portanto eu acho que transparência eu acho que seria algo mais... Acho que seria algo que poderia convencer ao povo, convencer aqueles que estão contra Ricardo Teixeira de que foi feito um bom trabalho.
Folha/UOL: Você falou 2014. Termina o mandato do atual presidente que agora ficou no lugar de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, com maior participação talvez da população. Como deveria ser a sucessão de pode na CBF talvez nesse caso então?
Ronaldo: Olha, eu não tenho conhecimento também do estatuto da CBF por completo. Alguma coisa eu sei pelo que já saiu na imprensa. Mas eu acho que o presidente que entrar em 2014 tem que ter a participação muito maior dos clubes para... participação obviamente das federações e consequentemente fazer um trabalho de muita transparência, um trabalho que dê uma atenção muito grande aos atletas profissionais, não só nos grandes centros, mas nos outros Estado mais carentes.
Folha/UOL: Você enxerga nos clubes hoje musculatura suficiente para fazer uma liga talvez? Ou, enfim, ter força para implementar tal mudança na CBF?
Ronaldo: Eu acho que isso é inclusive algo que seria importante ser debatido entre os clubes, CBF, federações. Chegar num bom senso, chegar num entendimento [sobre] se há realmente necessidade da criação da liga do futebol brasileiro.
Folha/UOL: A sua opinião sobre isso seria qual?
Ronaldo: A minha opinião pessoal, eu sou favorável à criação de uma liga. Sou favorável e apoiaria essa iniciativa. Mas eu acho que é cedo para falar disso. Eu acho que qualquer mudança agora nesse momento, no próximo ano, ou até a Copa seria um movimento errado. Eu acho que agora a gente tem que tocar o barco do jeito que está. Cada um tem que tocar o barco do jeito que está. Eu vou me preocupar somente com o comitê. E José Maria Marin que está na CBF vai se preocupar com a CBF, nós vamos também estar no comitê, ele acumula essas duas posições, mas qualquer movimento agora acho que seria equivocado. E nós devemos é nos concentrar mesmo em fazer uma grande Copa do Mundo, uma grande realização da Copa.
Folha/UOL: Você se enxerga mais para frente ajudando a reformatar talvez como o futebol brasileiro é organizado? Ter uma contribuição sua mais direta depois do COL, depois da Copa, como você disse?
Ronaldo: Sim, sim. Eu quero sim. Quero ter, começar minha vida política, digamos assim, do futebol. Quero virar um político do futebol. Quero... Acho que o futebol ainda tem muito o que melhorar, muito o que evoluir, acho que posso ser importante nessa vida política dentro do futebol.
Folha/UOL: Por que eu te perguntei isso... Tem alguns países em que ex-jogadores de destaque, como você foi, tiveram, têm, participação efetiva na política do futebol. Vou citar dois casos mais notórios: Franz Beckenbauer na Alemanha e Michel Platini na França. Você se enxerga sendo o que eles são nos países deles aqui no Brasil talvez?
Ronaldo: Olha, não...
Folha/UOL: ... um dirigente assim?
Ronaldo: Eu aceitaria. Eu aceitaria. Não sei se me candidataria a uma...
Folha/UOL: ... [candidato a] presidente da CBF?
Ronaldo: É. Não sei se seria um candidato a presidente da CBF. Mas aceitaria sim. Porque eu vejo um potencial muito grande de melhoria no futebol. Eu acho que mesmo com a contribuição tão grande que eu dei jogando futebol, eu posso ser muito mais útil fora das quatro linhas agora. Então eu acho tem um potencial imenso de crescimento. O futebol vem crescendo a cada ano. Tanto nos investimentos, quanto no faturamento, os clubes. Agora nós temos que nos organizar.
Folha/UOL: Agora, quando você fala eu não vou me candidatar, mas aceitaria, isso significa que teria que ser um movimento de consenso entre clubes para talvez, eventualmente te levar a uma posição de comando, é isso?
Ronaldo: Não sei exatamente também porque para isso eu preciso ter um conhecimento do estatuto da CBF. Eu não tenho o conhecimento do estatuto. Mas também é uma ideia muito heroica, digamos assim, de desejo realmente de ajudar. Graças a Deus fiz minha vida financeira jogando futebol, levando pancada, quebrando o joelho, fazendo gols. Graças a Deus dinheiro não é o meu foco, não é o meu objetivo. Portanto eu posso escolher as coisas que me dão gosto de fazer, que me dão prazer. Como ter aceitado o convite do COL, que para mim é muito prazeroso. E a primeira coisa que eu quis deixar claro é que eu não queria ser remunerado por aquilo.
Folha/UOL: Agora, nesse caso, da CBF, seria isso: numa configuração pós-Copa de 2014, como você diz, até lá tem que tocar o barco, pós-2014 daí tentar fazer essa reestruturação. Daí sim eventualmente, se for o caso, aí você aceitaria uma posição, eu nem sei como chamaria, presidente da CBF, alguma coisa assim?
Ronaldo: Não, isso daí é muito cedo para falar, é muito... Eu quero estar junto. Eu quero estar no meio. Eu quero ser importante nesse momento, quando tudo isso acontecer. Eu vejo realmente muitas áreas dentro do futebol, que elas podem evoluir. Por exemplo: a imagem do atleta, do jogador de futebol hoje, é a imagem de que todos eles ganham muito dinheiro, todos eles compram carrões. Todos eles gostam de relógios bonitos, mulheres lindas. Essa é uma imagem muito equivocada do futebol e do atleta, do jogador de futebol. É uma pequena parte, de 5% dos jogadores de futebol, ganham acima de R$ 10 mil. O que é muito pouco para um universo do futebol. 95% dos atletas profissionais no Brasil, dos jogadores de futebol profissional, ganham menos de R$ 10 mil. E entre essa parte de 95%, quase 90% ganham apenas dois salários mínimos. Então ainda há uma desigualdade muito grande, inclusive no futebol. E isso pode melhorar muito.
Folha/UOL: Aí é que você ajudaria eventualmente, com a sua experiência, fazendo essa, como você diz, política do futebol?
Ronaldo: É um exemplo de coisa para fazer, para melhorar no futebol. Acho que a visibilidade e o poder que tem o futebol são muito grandes. Temos que aproveitar isso tudo muito melhor, sendo grandes mensageiros da paz, mensageiros de heroísmo, de boa conduta, de superação, de garra. Então temos que aproveitar muito melhor a imagem do futebol.
Folha/UOL: Teve nesta sexta-feira [16.mar.2012] em Brasília uma reunião entre a presidente da República, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, da qual você participou. Como foi a reunião? Como foi a reação do presidente da Fifa, da presidente Dilma, até porque recentemente houve esse episódio em que o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, falou uma frase que deixou irritado o governo brasileiro sobre o Brasil ter que levar um chute no traseiro para acelerar os preparativos para a Copa. Como foi o clima dentro do Palácio do Planalto?
Ronaldo: O clima foi uma clima muito bom. Foi muito amistoso. Foi muito tranquilo. A presidenta logicamente colocou todas as suas ideias para o presidente da Fifa. E eu representando o COL participei da reunião, fiquei muito contente. Porque mais uma vez foi reafirmada a intensão e o empenho do governo federal em realizar todas as garantias que prometeram há tempos atrás.
Folha/UOL: Foi falado assim especificamente algum item das garantias ou não?
Ronaldo: Não. Só o governo federal que se compromete a entregar todas as garantias que a Fifa pede. Acontece que nós vivemos num país democrático e tudo isso leva tempo, passar no Congresso e depois no Senado. Isso pode levar ainda um tempo, mas haverá empenho de todos para que seja realmente o maior evento do mundo com todas as garantias que a Fifa pede.
Folha/UOL: Foi impróprio talvez o termo usado pelo Jerôme Valcke quando se referiu a esse assunto aqui ou não?
Ronaldo: Sem dúvida.
Folha/UOL: Esse tema foi tocado na reunião?
Ronaldo: Foi tocado, foi tocado esse tema.
Folha/UOL: Quem levantou, Ronaldo, o tema? A presidente?
Ronaldo: Obviamente nós... Foi uma conversa muito tranquila, muito aberta, muito franca. O presidente Blatter se desculpou mais uma vez à presidente Dilma e ao ministro Aldo Rebelo e logicamente com o compromisso de haver um respeito muito maior daqui em diante. Em todas as cobranças, foi acordado que todo tipo de cobrança de uma parte ou de outra deve ser feito internamente para depois sim externar à imprensa, à população o que é interessante.
Folha/UOL: Jerôme Valcke vai continuar evidentemente interagindo com o governo. Isso foi um tema lá? Porque em princípio o governo brasileiro falou: “Não queremos mais Jerôme Valcke”. Como é que fica agora?
Ronaldo: Olha isso, sinceramente, é um problema da Fifa. O presidente Blatter na entrevista em seguida à reunião faliu isso, que vai resolver esse problema e precisa de um tempo para pensar e ver como vai ser resolvido esse assunto.
Folha/UOL: A presidente Dilma é realmente uma pessoa durona como dizem nessas reuniões ou ela foi amena hoje?
Ronaldo: Ela foi muito tranquila, no entanto muito clara, muito direta. Foi meu primeiro contato assim em reunião. Eu havia encontrado [a presidente] no sorteio da eliminatória.
Folha/UOL: Ela falou alguma coisa específica para você, mais pessoa?
Ronaldo: A gente estava realmente focado em botar os pingos nos is. E a participação ali na mesa de todos era muito importante. Eu comentei inclusive para ela que temos uma possibilidade enorme, tanto eu como o Pelé, de passar boas notícias, boas mensagens ao povo brasileiro. Fazer com que o povo realmente se sinta muito orgulhoso de estar realizando uma Copa do Mundo.
Folha/UOL: Você já conheceu outros presidentes da República. Já conviveu um pouco com eles. Fernando Henrique Cardoso, Lula. Qual é a diferença da presidente Dilma, que é uma mulher claro, mas no trato em relação a Fernando Henrique e a Lula?
Ronaldo: Ah, sem dúvida o respeito e a admiração é igual. Logicamente que com homem a gente brinca mais, fala mais besteiras. Enfim, eu tenho uma relação amigável até hoje com o Fernando Henrique Cardoso e com o presidente Lula. Então a gente brinca, a gente conversa. A gente conta piada. Eventualmente bebemos juntos. Um vinho ou alguma coisa. Então logicamente com a Dilma ainda não tenho essa intimidade, de modo que o respeito e a admiração é a mesma que com os outros presidentes que eu conheci.
Folha/UOL: Como Fernando Henrique, com o Lula você ainda mantém um contato regular? Eu acho que eu li uma nota outro dia que, de vez em quando, você se encontra com o Fernando Henrique jogam pocker, alguma coisa. Tem isso?
Ronaldo: Temos. Temos contato regular até porque eu tenho feito... Eu estou começando a operar bem a minha fundação. A fundação Criando Fenômenos. O Fernando Henrique já tem um instituto de muito prestígio. Igualmente o Lula que tem um instituto maravilhoso. Então a agente tem trocado figurinhas também a respeito disso. Porque quero que seja uma fundação realmente importante para a eternidade.
Folha/UOL: Mas tem isso, vocês tem se encontrado socialmente assim também ou não?
Ronaldo: De vez em quando.
Folha/UOL: Quem convida? É o Fernando Henrique convida? Diz que o Fernando Henrique é super pão duro na hora de jogar assim, é verdade?
Ronaldo: Ele quer apostar pouco. R$ 10 no máximo [risos]. Mas o jogo normalmente não é muito caro. Mas ele quer jogar muito barato.
Folha/UOL: Quem participa da rodada?
Ronaldo: Alguns amigos, jogadores, dirigentes. Uma turma boa, divertida.
Folha/UOL: No apartamento dele?
Ronaldo: Não a gente vai também mudando de casa para não ter só um anfitrião.
Folha/UOL: E tem sido regular?
Ronaldo: Já foi mais. Agora tem sido muito menos. Eu tenho estado bem mais ocupado também.
Folha/UOL: Você tendo convivido com os dois e agora com a Dilma um pouco, a Dilma ainda está no começo do mandato, mas ainda assim: que nota você daria para os três? Tem como dar uma nota para cada um, olhando para como eles foram?
Ronaldo: Olha, não tem como não dar dez para todos eles. Eu acho que se vir a mudança do país no início do mandato do Fernando Henrique e logo em seguida a continuação, tudo o que fez o Lula, a transformação que está tendo nesse país, né. E a Dilma agora também fazendo um trabalho sensacional. Nota dez para os três.
Folha/UOL: A reunião foi rápida na sexta-feira com a Dilma, acho que não deu tempo, mas se você pudesse falar alguma área que ela devesse olhar com mais cuidado, o que você falaria?
Ronaldo: Eu acho que tem a s áreas que realmente sofremos no dia a dia. A área da saúde, educação e segurança. Acho que são as três mais importante aí que o povo brasileiro sente falta. De qualquer maneira entendo, e acompanho bastante a política, vejo realmente um esforço muito grande no sentido de fazer com que essas três áreas melhorem muito.
Folha/UOL: Você faliu agora pouco que “vou ficar na política do futebol, quero participar”. E na política em geral? Eu já vi notas sobre eventualmente algum partido, parece que até o PTB se eu não me engano, queria te convidar para se filiar, disputar algum cargo? Você já pensou nisso alguma vez?
Ronaldo: Eu já recebi assim algum convite para ser deputado federal, senador, para me candidatar. Mas eu acho que a minha contribuição vai ser no futebol, na política do futebol. Eu acho que é uma área que eu conheço.
Folha/UOL: Você não tem interesse nessa área, política eleitoral?
Ronaldo: Não. Hoje em dia, não. No futuro, não sei. Quem sabe também. Mas hoje em dia eu descarto qualquer participação na política.
Folha/UOL: Já chegou a se filiar a algum partido ou é filiado a algum partido? É uma condição para participar.
Ronaldo: É. Não. Não sou filiado.
Folha/UOL: Tem simpatia por algum partido? O Brasil tem 29 partidos. Tem simpatia por algum?
Ronaldo: Não. Eu tenho simpatia por pessoas. Eu vejo pessoas capazes, que eu admiro muito. Por exemplo, o Fernando Henrique e o Lula são os caras que eu mais admiro na política no mundo. Então... E graças a Deus tenho uma relação maravilhosa com eles dois. E posso aprender em cada vez que tenho contato com eles.
Folha/UOL: Você tem título de eleitor de qual cidade?
Ronaldo: São Paulo.
Folha/UOL: EU nunca vi isso mencionado. Nem sei se você gostaria de mencionar. O voto é secreto. Mas na última eleição presidencial e para governador de São Paulo, para quem você votou?
Ronaldo: Ah, o voto é secreto sempre. O voto é secreto.
Folha/UOL: Nem na Dilma?
Ronaldo: Nem na Dilma o quê?
Folha/UOL: A Dilma foi candidata, você gosta da Dilma, você não votou na Dilma?
Ronaldo: Eu estou acompanhado e estou vendo um trabalho sensacional dela, da Dilma. O que todos nós brasileiros esperamos de um presidente.
Folha/UOL: Você considera eventualmente num processo eleitoral eventualmente declarar voto em alguém? Ou você acha que não é próprio para sua condição de pessoa pública?
Ronaldo: Não descarto, mas...
Folha/UOL: ... já chegou a declarar alguma vez?
Ronaldo: Não. Eu apoiei uma vez o Aécio Neves quando ele se candidatou a governador de Minas Gerais. E eu participei, fiz uma campanha para ele. Eu tenho uma relação de muitos anos de amizade, um cara que eu acredito, que eu confio e que...
Folha/UOL: Mas aí é uma bola dividida. Porque o Aécio quer ser candidato a presidente da República em 2014, a Dilma deve concorrer à reeleição. Como é que você vai fazer?
Ronaldo: Isso não se sabe também. O Aécio é meu amigo de muitos anos. Mas a campanha que eu fiz foi no primeiro mandato dele. Mas não sei. Não descarto declarar apoio a alguém de confiança na política.
Folha/UOL: Vai ter eleição em São Paulo neste ano. Tem candidatos já lançados. Você chegou a dar uma olhada mais ou menos ainda na eleição de outubro aqui em São Paulo, quem poderia ser um bom candidato?
Ronaldo: Olha, até agora tem-se falado muito nas possíveis pré-candidaturas. Não tem nada certo ainda. Quando tiver a gente pode avaliar melhor os candidatos e...
Folha/UOL: Basicamente é Serra, Chalita, Fernando Haddad...
Ronaldo: Essa são as possibilidades né, mas não são ainda certas.
Folha/UOL: Você conhece algum deles pessoalmente?
Ronaldo: Conheço o Chalita e o Serra.
Folha/UOL: Seriam bons prefeitos?
Ronaldo: Com certeza são três grandes nomes, nomes importantes para a cidade de São Paulo.
Folha/UOL: Ronaldo, um dos agenciados, você me falou, da 9ine é o Anderson Silva. Tem no Congresso Nacional deputados, senadores que não gostam desse esporte. E querem até eventualmente ter uma lei para proibir transmissão na TV de MMA. O que você acha disso?
Ronaldo: Acho que o Brasil é um país democrático, livre de expressão. Todos podem expressar o que sentem, o que pensam. Eu não vejo problema algum no esporte. No mundo inteiro é o esporte que mais cresce, é o esporte que vem crescendo o número de participantes, de audiência. Então logicamente que não dá para agradar a todos. Mas não vejo nenhum problema em ser transmitido e em ser praticado aqui no Brasil.
Folha/UOL: Ou seja, seria um erro fazer uma lei proibindo a transmissão na sua avaliação.
Ronaldo: Olha, eu acho que isso tem que ser o povo né querer. A manifestação popular sempre dá uma dica maior. É um instrumento de pesquisa maior para os nossos deputados. Nunca teve uma manifestação contra o MMA.
Folha/UOL: Deixe-me perguntar, voltar uma pouquinho aqui, CBF, COL. Muito recente a troca de presidente na CBF. Como tem sido o seu contato, quantos foram até agora, em qual intensidade, com o novo presidente da CBF, José Maria Marin?
Ronaldo: Nós não tivemos contato físico ainda. Falei com ele pelo telefone.
Folha/UOL: Já o conhecia?
Ronaldo: Já o conhecia. Na última reunião de board da Fifa ele participou e nos conhecemos ali. Desejei a ele boas vindas e boa sorte também no comando da CBF. Temos um encontro marcado para a semana que vem [que começa em 19.mar.2012].
Folha/UOL: A semana que entra agora?
Ronaldo: A semana que entra agora.
Folha/UOL: Que dia vai ser?
Ronaldo: Não, não temos ainda. Mas a gente vai se programar para se encontrar essa semana.
Folha/UOL: Acha que ele está tranquilo, está preparado para exercer a função até 2014, José Maria Marin?
Ronaldo: Sem dúvida. Sem dúvida. Preparado e tranquilo para assumir esse grande desafio.
Folha/UOL: Deixe-me perguntar da sua saúde. Você teve muitas lesões no joelho na sua carreira. Como está seu joelho agora? Você sente dores ainda, tem que tratar?
Ronaldo: O joelho bem. Acho que é a melhor parte do corpo.
Folha/UOL: É mesmo?
Ronaldo: É. Mas eu tenho... Voltei a treinar agora, tenho feito algumas atividades físicas.
Folha/UOL: Que atividades você faz?
Ronaldo: Olha, eu estou correndo...
Folha/UOL: Esteira?
Ronaldo: É. Pedalando e estou fazendo boxe e muay thai. Está sendo divertido. Depois de um ano sem fazer nenhum tipo de exercício...
Folha/UOL: Um ano?
Ronaldo: É. Foi o tempo que eu me dei para dar uma relaxada e não fazer exercício físico depois de 20 anos fazendo.
Folha/UOL: O joelho está bem?
Ronaldo: O joelho está bem graças a Deus, tenho treinado bem.
Folha/UOL: E a sua saúde geral, como está? Você falou, eu me recordo, ao se aposentar, de ter enfrentado hipotireoidismo. Na época disse que era difícil fazer o tratamento, podia ter algum efeito de doping. Está se tratando agora, como está essa situação?
Ronaldo: É. O tratamento eterno, que a gente tem que alimentar o organismo com esse hormônio e nunca mais parar.
Folha/UOL: Mas algum efeito colateral, está sentindo algum problema, não?
Ronaldo: Não. Nenhum efeito colateral. E agora eu vou melhorar mais porque treinando a saúde melhora sempre.
Folha/UOL: Com que frequência você está treinando fisicamente?
Ronaldo: Três vezes por semana, no começo. Vou aumentar aos poucos. Não preciso ser tão rígido assim também já que não preciso fazer mais gols de domingo.
Folha/UOL: Quando você se aposentou muitos achavam que o Adriano, jogador, podia ser seu sucessor, representar o que você representou no Corinthians. Não deu certo. Notícia até triste agora, o Adriano saiu do Corinthians. Por que será que não deu certo o Adriano?
Ronaldo: Realmente é uma pena. A expectativa que todos nós tínhamos é que ele pudesse realmente ocupar aquele lugar que eu deixei de forma brilhante. Mas ele teve muitos problemas de lesão, muitos problemas disciplinares. E infelizmente acabou dessa maneira a história dele com o Corinthians. É uma pena. É um jogador que muitos ainda esperam uma reação dele, que é um grande homem, um coração enorme, e com um potencial enorme ainda.
Folha/UOL: Mas o que aconteceu será? Será que precisou algum trabalho na área mais psiquiátrica, psicológica para auxiliar? O que aconteceu?
Ronaldo: Olha, eu sou suspeito para falar porque ele é meu amigo. Eu o conheço desde que tem 17 anos.
Folha/UOL: Ele te ligou agora que saiu do Corinthians?
Ronaldo: Nós falamos. Ele ficou muito chateado da maneira como foi feito tudo isso. Acho que podia ter sido muito mais amigável essa ruptura. Não precisava de toda aquela exposição, nem o Corinthians, nem o jogador.
Folha/UOL: O Corinthians errou ao fazer da forma que fez talvez?
Ronaldo: Acho que foi errado a maneira como aconteceu. Mas de qualquer forma a relação deles estava muito desgastada. Com muitos problemas disciplinares e de lesão. Principalmente a lesão que não deixou ele retribuir o esforço do Corinthians com gols aos sábados e domingos. Então o fato de ele não estar jogando, não estar fazendo gol também piora na situação dele.
Folha/UOL: Não é raro acontecer esse tipo de problema. Não foi só lesão no caso do Adriano, a gente sabe, é o comportamento dele. Não é raro os jogadores de futebol, de outros esportes também, pela formação passada terem dificuldades de seguirem uma disciplina mais rígida. Foi esse o caso? O que pode ser feito? Como os clubes podem se preparar para evitar esse tipo de obstáculo?
Ronaldo: Acho que principalmente os clubes têm que se preparar nas categorias de base com educação. Tem que investir na educação dos seus atletas. Isso é muito importante para o futuro desses atletas não só como jogador mas como homem. Porque eles vão parar de jogar com 35 anos e vão ter a vida toda pela frente para continuar a ser homem respeitando seus compromissos e buscando novos desafios. Então eu acho que os clubes vão ter que investir muito nas categorias de base, não só na parte d einfraestrutura dos clubes, mas na educação dos atletas.
Folha/UOL: Ronaldo, no passado você se dizia flamenguista. Depois eu vi entrevista sua dizendo que passou a amar o Corinthians. Qual é o seu time do coração hoje?
Ronaldo: [risos] Eu acho que hoje e sempre vai ser sempre Flamengo e Corinthians, Corinthians e Flemengo.
Folha/UOL: É meio a meio?
Ronaldo: É... Apesar de ter tido uma mágoa grande com o Flamengo antes de vir para o Corinthians porque não houve nenhuma proposta para mim, não houve nenhum convite e assim que apareceu o convite do Corinthians todos me chamaram de traidor. Eu não podia trair alguém se eu não tinha relacionamento com essa outra pessoa, nesse caso o Flamengo. Então não houve traição em nenhum momento. Se houve, houve para mim mesmo. Porque sempre foi o clube que eu amei e que quis jogar lá. Mas eu não poderia me oferecer mais do que eu já me ofereci ao flamengo naquela época. Depois apareceu o Corinthians que me deu essa grande oportunidade e eu retribui. E foi uma história linda, maravilhosa, na qual eu conheci a grande torcida fiel, corinthiana e que eu sou apaixonado por essa torcida, por esse clube. E hoje eu fico bem dividido com os dois. Digamos que eu sou Corinthians em São Paulo, Flamengo no Rio.
Folha/UOL: E quando eles jogam?
Ronaldo: Quando eles jogam eu desligo a televisão e sofro caladinho.
Folha/UOL: Uma forma de aferir a preferência são os filhos. Seus filhos torcem para que time?
Ronaldo: Meus filhos são corinthianos. Mas o Ronald por exemplo já sofre influência da mãe desde sempre, porque a mãe é Corinthians. O Alex, a mesma coisa. Mas os dois assim gostam muito de futebol, o Alex nem tanto, o Ronald gosta muito, tem uma paixão pelo Corinthians também.
Folha/UOL: Dos jogadores que são seus contemporâneos, um pouco antes, um pouco depois, qual você mais admira como atleta, que foi um grande jogador da sua época?
Ronaldo: Pouco antes da minha época, o Zico. O Zico foi sempre meu grande ídolo. Eu me inspirava nele para ser um grande jogador. Na minha época tem grandes jogadores, que eu admiro muito. O Zidane para mim foi o melhor jogador que eu atuei junto. Talento imenso nos jogos, nos treinos. Isso tudo eu pude comprovar durante quatro anos no Real Madrid. Brasileiro, eu tive muitos grandes jogadores também. O Romário sem dúvida foi para mim o melhor parceiro de ataque. Uma pena não ter jogado nenhum jogo em Copa do Mundo com ele. Porque teria sido muito divertido. Outros muitos grandes atletas. O Brasil é uma fábrica de grande talento né.
Folha/UOL: Agora na atualidade as grandes estrelas, no Brasil Neymar e no exterior Messi. Tem essa polêmica: Neymar ou Messi? Quem é o melhor ou quem vai ser o melhor na sua opinião?
Ronaldo: Na minha opinião o Messi ainda se encontra num nível superior a qualquer outro jogador no planeta. O Neymar sem dúvida é o nosso maior talento, na minha opinião é o melhor jogador que nós temos.
Folha/UOL: Vai ser melhor que o Messi?
Ronaldo: Eu acredito que sim. Eu acredito que sim. Ele tem um potencial enorme...
Folha/UOL: Jogando no Brasil?
Ronaldo: Jogando no Brasil nunca.
Folha/UOL: Nunca?
Ronaldo: Nunca.
Folha/UOL: Por quê?
Ronaldo: Porque eu acho que o futebol brasileiro, apesar de estar crescendo no cenário mundial, ainda não tem essa força de influenciar outros países com jogador aqui no Brasil. Com certeza nós estamos evoluindo muito, com audiência inclusive no exterior. Mas ainda fica longe das televisões do mundo inteiro. Jogo por exemplo, na Espanha, você tem audiência de 100 milhões de pessoas na China. Que é uma audiência para os chineses pequena, mas para o mundo gigante.
Folha/UOL: Então a sua recomendação é: Neymar, jogue no exterior. É isso?
Ronaldo: Não a minha recomendação porque não preciso me comprometer a tanto. Mas o que eu faria e o que eu fiz era ir jogar no exterior. Logicamente existe o meu pensamento e o pensamento de todo brasileiro apaixonado por futebol que é um pensamento bem patriota de tê-lo aqui no Brasil, perto, a gente acompanhar a cada fim de semana os jogos. Mas é um pensamento egoísta. Um pensamento que se não houve a ambição de jogar no exterior, com toda certeza do mundo ele não chegará a ser o melhor jogador do mundo.
Folha/UOL: Você acha que o Neymar, o Messi podem chegar a sua marca de 15 gols anotados em Copas do Mundo?
Ronaldo: Ah, eu acho que meu recorde, como todo recorde, ele existe para ser batido. E com certeza vai ser batido. Acho que nenhum dos dois pode bater esse recorde, porque já disputaram Copa do Mundo e fizeram poucos gols. São muitos gols para uma Copa do Mundo. Copa do Mundo o nível é muito alto. O nível de exigência também é muito alto. Mas sem a menor dúvida, esse recorde vai ser batido. Não sei quando.
Folha/UOL: Ronaldo, quem vai ser campeão da Libertadores?
Ronaldo: Eu espero que seja ou o Flamengo ou o Corinthians [risos]. Eu acho que Corinthians porque não tem ainda Libertadores e esse trabalho de anos que o ex-presidente Andrés fez no Corinthians, ele tem que ser premiado com um grande título como a Libertadores. Corinthians recuperou em três anos, quatro anos, uma história de quarenta anos que não foi investido corretamente. Então eu acho que essa gestão merece um título de Libertadores.
Folha/UOL: Ronaldo, muito obrigado por sua entrevista à Folha e ao UOL.
Ronaldo: Obrigado a você pelo convite.
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