Indicação de Pastor Feliciano para comissão é "escárnio", diz deputada
O PT e o PSOL definiram que votarão contra a indicação do deputado e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. A votação está marcada para esta quarta-feira (6), às 10 horas.
A bancada do Partido Social Cristão, composta por 17 parlamentares, confirmou ontem o nome do pastor para ocupar o cargo. Como vice, a indicação é para a deputada Antonia Lúcia (PCS-AC).
“Essa indicação é um misto de escárnio e afronta aos 18 anos de trabalho da comissão, à luta em defesa dos direitos humanos, ao parlamento e aopPaís, pois a postura do deputado é discriminatória, racista e atenta contra o Estado laico”, afirmou a deputada Erika Kokay (PT-DF).
Segundo a petista, a posição do partido é votar contra a indicação e, em caso de derrota na comissão, haverá uma discussão com entidades e pessoas ligadas aos direitos humanos – dentro e fora da Câmara – sobre que posição será adotada.
Sobre a responsabilidade do PT no processo a partir da saída da sigla da presidência da comissão, a deputada defendeu o partido, dizendo que “a responsabilidade pela indicação é do PSC”. Segundo ela, o PT optou pela Comissão de Seguridade Social e Família (além dessa, o partido já tinha escolhido as comissões de Constituição e Justiça de Relações Exteriores e Defesa Nacional), pois é por onde passa a análise de mérito sobre questões relacionadas a novos arranjos familiares e saúde, dentre outros temas importantes para a sociedade.
A Comissão de Direitos Humanos era presidida pelo deputado petista Domingos Dutra (MA).
PSOL
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) também afirmou que votará contra a indicação do Pastor Feliciano, que “não tem identidade com a pauta dos direitos humanos”. Ele voltou a afirmar que não se trata de uma posição dos movimentos LGBT e de outras minorias. “A indicação é contestada inclusive por cristãos, a exemplo da campanha do Movimento Cristão Rede Fala”, afirmou Wyllys.
Segundo o parlamentar, caso Pastor Feliciano seja confirmado no cargo de presidente, o PSOL vai se retirar da comissão. “Assim como Renan Calheiros chegou à presidência do Senado contra a vontade de milhares de pessoas que assinaram uma petição pública, o deputado Feliciano chega à Comissão de Direitos Humanos. Os acordos estão prevalecendo sobre a vontade do povo.”
Mais cedo, o Pastor Feliciano falou, em entrevista coletiva, que esperava que o deputado do PSOL não saísse da CDHM, mas que “construísse uma agenda conjunta”. “Se fugir da raia, vai ficar feio pra ele”, afirmou referindo-se a Jean Wyllys.
O deputado do PSOL respondeu: “Não podemos construir uma agenda com um deputado que vai contra a minha própria existência como homossexual. E essa não é uma disputa pessoal, não é fugir da raia; não vamos servir de trampolim para um discurso conservador, que vai contra as proposições legislativas que visam garantir direitos de minorias”.
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