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Mandado de prisão de Roberto Jefferson sairá só na segunda-feira

O ex-deputado e delator do esquema do Mensalão, Roberto Jefferson, em sua casa em Levy Gasparian, no Rio - Daniel Marenco/Folhapress
O ex-deputado e delator do esquema do Mensalão, Roberto Jefferson, em sua casa em Levy Gasparian, no Rio Imagem: Daniel Marenco/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

22/02/2014 10h54Atualizada em 22/02/2014 11h11

A Polícia Federal informou, via Twitter, que o mandado de prisão de Roberto Jefferson, delator do mensalão, sairá apenas na segunda feira (24).

Apesar disso, os agentes que estão na porta da casa do político, na cidade de Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, permanecerão no local até a chegada do documento. A prisão foi determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na sexta-feira (21).

Assim que for cumprida a ordem de prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (21), chegará a 23 o número de condenados no julgamento do mensalão cumprindo pena. No total, dos 25 réus condenados no processo, três cumprem pena alternativa e dois ainda nem começaram a cumprir a sua pena.

Os últimos a serem presos foram o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, na Itália, e o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).

Cronologia do mensalão

  • Nelson Jr/STF

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Jefferson aguardava em casa a decisão do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, sobre pedido para cumprir a sua pena de sete anos e 14 dias de prisão em regime domiciliar por conta de seus problemas de saúde. Ele alega que precisa de cuidados médicos especiais porque ainda está em tratamento contra um câncer no pâncreas, mas o pedido foi negado na sexta-feira.

O ex-deputado deverá cumprir a pena no regime semiaberto. Pela lei, penas de quatro a oito anos são cumpridas no semiaberto, em que o preso pode, mediante autorização judicial, sair durante o dia para trabalhar.

O advogado que faz a defesa de Jefferson, Marcos Pedreira Pinheiro de Lemos, afirmou ao UOL na última sexta-feira que Jefferson se entregará assim que for notificado oficialmente. "Ainda não fui informado. Quando eu for informado oficialmente, ele vai ser apresentar."

No sábado pela manhã, o político apareceu na sacada de sua casa e disse que, quando tiver um mandado, ele irá com a PF para a cadeia. É provável que ele cumpra pena em alguma penitenciária fluminense. 

Jefferson não tem direito a mais nenhum recurso no processo, e Barbosa já poderia ter mandado prendê-lo. O ministro, porém, decidiu aguardar para verificar o seu estado de saúde antes de decidir sobre o regime em que ele cumprirá a pena.

Sobre o pedido de domiciliar, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia se manifestado contra por entender que Jefferson pode cumprir pena numa prisão comum.

O escândalo

No dia 6 de junho de 2005, o jornal ''Folha de S.Paulo'' publicou uma entrevista com Jefferson na qual ele revelava a existência do pagamento de propina para parlamentares.

Segundo o então presidente do PTB, congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

O esquema teria sido realizado entre 2003 e 2004, segundo relatório final da CPI dos Correios, e durado até o início de 2005.

Jefferson afirmou ainda que falou do esquema para o presidente Lula, mas o ex-presidente sempre negou ter conhecimento do esquema.

Na próxima semana, o Supremo deve iniciar a votação de embargos infringentes do processo, recurso que questiona condenações pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

OUÇA TRECHO DA ENTREVISTA À FOLHA DE S.PAULO EM QUE ROBERTO JEFFERSON MENCIONOU A EXISTÊNCIA DO MENSALÃO PELA PRIMEIRA VEZ