PSDB quer investigar senadores do PT após denúncia sobre CPI da Petrobras
O PSDB anunciou nesta segunda-feira (4) uma série de medidas para apurar as suspeitas envolvendo as denúncias feitas pela revista “Veja” sobre a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras do Senado. Dois senadores do PT, Delcídio Amaral (MS) e José Pimentel (CE), são os principais alvos da oposição.
Segundo denúncia da revista “Veja”, representantes da Petrobras receberam com antecedência as perguntas e respostas às questões que lhes seriam feitas na comissão.
De acordo com a revista, a presidente da Petrobras, Graça Foster, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, além do ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró, tiveram acesso às questões e foram treinados pela equipe da empresa sobre como respondê-las.
A denúncia se baseia em um vídeo com uma suposta conversa entre José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da Petrobras em Brasília, e Bruno Ferreira, advogado da estatal. No vídeo divulgado pela "Veja", Barrocas e o advogado e uma terceira pessoa, não identificada, combinam o envio prévio de perguntas e um "gabarito" de respostas aos convocados para depor na CPI.
Para o PSDB, há dois senadores diretamente envolvidos no caso: Delcídio Amaral e o relator da CPI, José Pimentel. O partido deve protocolar na tarde desta segunda uma representação contra ambos por crime de falso testemunho, advocacia administrativa e violação de sigilo funcional na PGR (Procuradoria Geral da República).
O PSDB também vai entrar com uma representação no Ministério Público do Distrito Federal contra José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal, e Graça Foster, que comanda a Petrobras atualmente, além do ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró.
O partido pretende ainda ingressar com uma ação contra os servidores Paulo Argenta, da Secretaria de Relações Institucionais, e Marcos Rogério de Souza e Carlos Hetzel, do Senado Federal. Segundo o partido, a mesma ação será proposta aos órgãos disciplinares da Secretaria de Relações Institucionais, da Petrobras e do Senado Federal contra os servidores envolvidos.
Amanhã, o PSDB pretende denunciar Pimentel e Delcídio no Conselho de Ética do Senado Federal por quebra de decoro parlamentar.
“Considero muito grave o envolvimento de senadores caso seja provado”, afirmou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Ele defendeu a suspensão dos trabalhos da CPI até que a denúncia seja apurada.
Em nota à imprensa, Delcídio disse rejeitar “com grande indignação qualquer suposição de minha participação na articulação de depoimentos de quem quer que seja nas duas CPIs da Petrobras em andamento no Congresso”. Ainda na nota, ele informou que independentemente dos fatos continuará a ser um defensor “empedernido” da Petrobras e do corpo técnico da empresa.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), defendeu que as denúncias mostram a intenção do governo e de membros da CPI de “blindar” a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre as suspeitas contra a Petrobras.
O coordenador jurídico do coligação Muda Brasil, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), afirmou que o partido deve apresentar uma representação na Procuradoria da República do DF para apurar a prática de improbidade administrativa contra todos envolvidos no caso.
O Palácio do Planalto e o comando da campanha de Dilma à reeleição pretendem descolar a presidente das denúncias. Para evitar prejuízos ao governo e à campanha da petista, o comitê eleitoral vai reforçar a tese de que a denúncia é uma “armação”. Nesta segunda, a presidente Dilma afirmou que cabe ao Congresso Nacional dar explicações sobre as suspeitas sobre a CPI do Senado.
O líder do PSDB no Senado e vice de Aécio Neves (MG) na disputa eleitoral pelo Palácio do Planalto, Aloysio Nunes (SP), candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG), disse que a presidente “está no mundo da lua” e é a "responsável" pelas irregularidades na estatal. “Deixa claro que o governo tem pavor da verdade”, disse.
Ontem (3), a Secretaria de Relações Institucionais divulgou uma nota para negar as informações de que Paulo Argenta, assessor especial do ministério, teria sido um dos responsáveis pela preparação das questões feitas na CPI e antecipadas aos depoentes, como diz a revista. (Com informações da Agência Senado)
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