Procurador vê semelhanças entre Lava Jato e mensalão
Um dos procuradores que atua na operação Lava Jato disse, nesta sexta-feira (10), ver semelhanças entre os esquemas investigados na 11ª fase da operação e o caso do mensalão.
Durante entrevista coletiva realizada após a deflagração de mais uma fase da operação, denominada "A Origem", o procurador Carlos Fernando de Lima declarou que o pagamento de propina feito por uma empresa de publicidade com contratos com a Caixa Econômica Federal a empresas ligadas aos irmãos André e Leon Vargas tinha "parâmetros semelhantes" com o esquema administrado pelo publicitário Marcos Valério, o operador do mensalão.
À época, constatou-se que empresas ligadas ao publicitário abasteciam o caixa de campanha de políticos.
“No mensalão também há interação envolvendo as empresas do Marcos Valério em relação à apropriação do bônus-volume. Nesse aspecto há uma semelhança, um parâmetro semelhante”, afirmou o procurador.
De acordo com procuradores federais que atuam na operação Lava Jato, empresas de fachada ligadas ao ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) e seu irmão, Leon Vargas, recebiam propina disfarçada em contratos de prestação de serviços a empresas ligadas à agência Lowe/Borghi, que mantinha contratos com a Caixa Econômica Federal. O dinheiro seria o pagamento por facilitação na obtenção de contratos.
“Empresas produtoras de material para agência de publicidade repassavam o bônus-volume para empresas do André Vargas. Essas empresas recebiam notas como se essas empresas do André Vargas tivessem prestado o serviço, mas já houve confirmação de que os serviços não foram prestados”, afirmou.
André Vargas foi o primeiro parlamentar apontado como suspeito de ter participação com o esquema da Lava Jato a perder o mandato. Em dezembro de 2014, ele foi cassado na Câmara dos Deputados.
11ª fase da Lava Jato
Nesta sexta-feira (10), agentes da Polícia Federal deflagraram a 11ª fase da operação Lava Jato, que investiga irregularidades em contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras e que, a partir de agora, também apura fraudes em contratos com o Ministério da Saúde e com a Caixa Econômica Federal.
A operação ocorre simultaneamente no Distrito Federal e outros seis Estados (São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Bahia).
Ao todo, seis pessoas foram presas e uma conduzida coercitivamente pela PF, que ainda cumpre 16 mandados de busca e apreensão nesta fase da operação. Eles devem chegar a Curitiba ainda nesta sexta-feira.
Os detidos foram os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR) e Luiz Argôlo (SD-BA), além de Leon Vargas, Elia Santos da Hora (secretária de Argôlo), Ivan Torres e Ricardo Hofmann, vice- presidente e diretor-geral da agência de publicidade Borghi/Lowe em Brasília.
Também houve ordem de prisão contra o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que já estava preso em Pernambuco por condenação no processo do mensalão. Foi encaminhado ofício para o presídio para que ele seja transferido para a PF em Curitiba.
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