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Maioria da comissão do impeachment recebeu doações de empresas da Lava Jato

A Câmara dos Deputados aprovou a criação da comissão especial do impeachment por 433 votos a favor e um contra - Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados aprovou a criação da comissão especial do impeachment por 433 votos a favor e um contra Imagem: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

18/03/2016 06h00

Dos 65 deputados federais indicados nesta quinta-feira (17) para integrar a comissão que vai apreciar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, 40 receberam dinheiro de empresas investigadas ou de suas subsidiárias durante a campanha de 2014.

A eleição foi aberta, com chapa única, e teve 433 votos a favor contra um. A comissão tem quatro nomes de deputados investigados na Lava Jato
Segundo as prestações de contas entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram R$ 8,9 milhões doados aos candidatos à Câmara ou a diretórios dos partidos que repassaram a campanha do parlamentar. Em valores atualizados, esse valor chega R$ 10 milhões.

Além dos partidos, também há casos de doações horizontais feitas por outros candidatos. Eles repassam recursos recebidos e identificam a fonte. Foi  o caso do deputado federal Alex Manente (PPS-SP), que recebeu uma doação do deputado estadual Orlando Morando (PSDB/SP), que teve a construtora OAS como 'doador originário'.

Entre as bancadas dos partidos, apenas PSOL, Rede, PV, PROS e PEN indicaram nomes para a comissão que não receberam recursos. Ao todo, 24 partidos indicaram deputados proporcionalmente ao tamanho de suas bancadas na Câmara.

O deputado que mais recebeu dinheiro foi Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que recebeu R$ 732 mil. Vieira Lima é a favor do impeachment da presidente. O deputado Paulo Maluf (PP-SP), com R$ 648.940 doados pelas empresas. Maluf anunciou que votará contra o impeachment.

A comissão tem agora um prazo de funcionamento de até 15 sessões do plenário. Se passar pela comissão, a palavra final será dada pelo plenário da Câmara, em votação aberta e com chamada nominal.

A previsão é que a votação do plenário ocorra entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio. Segundo o blog do Fernando Rodrigues, a comissão terá pelo menos 31 votos contrários ao governo e 28 a favor.

Deputados da comissão de impeachment que receberam dinheiro de empresas envolvidas na Lava Jato. Em R$

PSDB
Bruno Covas (SP) - R$ 227.486
Jutahy Júnior (BA) - R$ 531.875
Nilson Leitão (MT) - R$ 511.550
Paulo Abi-Ackel (MG) - R$ 425.000
 
DEM
Mendonça Filho (PE) - R$ 250.000
Elmar Nascimento (BA) - R$ 201.580
 
PPS
Alex Manente (SP) - R$ 400
 
PSB
Fernando Coelho (PE) - R$  30.000
Bebeto Galvão (BA) - R$ 50.000
Danilo Forte (CE) - R$ 400.000
 
SOLIDARIEDADE
Paulinho da Força (SP) - R$ 240.925,5
 
PSC
Eduardo Bolsonaro (SP) - R$ 567,27
Marco Feliciano (SP) - R$ 9.837,1
 
PRB
Jhonatan de Jesus (RR) - R$ 10.000
Marcelo Squassoni (SP) - R$ 770
 
PHS
Marcelo Aro (MG) - R$ 30.000
 
PSD
Paulo Magalhães (BA) - R$ 19.898,44
Marcos Montes (MG) - R$ 100.000
 
PMB
Weliton Prado (MG) - R$ 166.500
 
PDT
Flavio Nogueira (PI) R$ - 100.000
 
PMDB
Leonardo Picciani (RJ) - R$ 199.000
Washington Reis (RJ) - R$ 500.000
Osmar Terra (RS) - R$ 190.000
Lúcio Vieira Lima (BA) - R$ 732.000
 
PP
Aguinaldo Ribeiro (PB) - R$  271.900
Jerônimo Goergen (RS) - R$ 100.000
Roberto Britto (BA) - R$ 7.423,59
Paulo Maluf (SP) - R$ 648.940
 
PTB
Benito Gama (BA) - R$ 211.890
 
PT
Arlindo Chinaglia (SP) - R$ 412.000
José Mentor (SP) - R$ 187.500
Paulo Teixeira (SP) R$ - 285.000
Vicente Cândido (SP) - R$ 254.125
Zé Geraldo (PA) - R$ 145.500
 
PTN
João Bacelar (BA) - R$ 4.493,66
 
PR
José Rocha (BA) - R$  494.407,1
Edio Lopes (RR) - R$ 680.732
Maurício Quintella (AL) - R$  350.000
 
PT do B
Sílvio Costa (PE) - R$  100.000
 
Total - R$ 8.981.301
 

 

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