Após operação no Senado, Renan diz que questionará "limite entre os Poderes"
Após operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (21) no Senado em que quatro policiais legislativos foram presos por suspeita de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta segunda-feira (24) que questionará no STF (Supremo Tribunal Federal) o limite entre os três Poderes. Para o senador, somente o STF poderia autorizar uma operação da Polícia Federal no Senado, não um juiz de primeira instância, como ocorreu na sexta.
Sobre a operação, Renan diz que deve-se agir com "prudência". "Agi da mesma forma em todos os momentos em que se cometeram abusos e excessos", declarou. "Não me elegi presidente do Senado para ter medo, medo não ajuda em nada", afirmou ainda o senador.
De acordo com o jornal "Folha de S.Paulo", Renan demonstrou irritação com a operação. Ele fez críticas ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes e diz que a Polícia Federal usa "métodos fascistas" por de um "juizeco de primeira instância". Também investiu contra o que considera excessos da Operação Lava Jato. "É inacreditável que uma pinimba de agentes policiais de um poder acabe causando uma crise institucional."
Para evitar mal estar com o presidente do Senado, o presidente Michel Temer se reuniu na manhã deste sábado (22) com o ministro Alexandre de Moraes (Justiça) para discutir a deflagração da operação. No encontro, realizado em São Paulo, o ministro apresentou ao presidente um relatório sobre o que motivou a iniciativa e a legalidade da medida, realizada com autorização judicial.
Na entrevista a jornalistas nesta segunda, Renan fez crítica contra o ministro da Justiça. "Ele não tem se comportado como ministro de Estado. (...) Comporta-se como um chefete de polícia”, declarou.
Segundo as investigações, os servidores do Senado são suspeitos de localizar e destruir escutas telefônicas autorizadas pelo STF na casa de senadores. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) admitiu ter solicitado varredura em suas residências em Brasília e Curitiba.
O chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, é um dos presos. Os demais são: Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares. A ação, que conta com o apoio do Ministério Público Federal, foi pedida pela Procuradoria-Geral da República.
Segundo o MPF-DF (Ministério Público Federal do Distrito Federal), as irregularidades são apuradas em um inquérito policial instaurado a partir de informações reveladas na delação premiada de um policial legislativo.
A Operação Métis foi deflagrada por ordem da 10.ª Vara Federal em Brasília.
Na sexta-feira, após a operação, Renan já havia se manifestado por meio de nota oficial. "Convém reiterar que Polícia Legislativa exerce suas atividades dentro do que preceitua a Constituição, as normas legais e o regulamento administrativo do Senado Federal", dizia a nota assinada pelo senador.
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