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Protesto de servidores no Rio tem tumulto, vandalismo e bombas de efeito moral

Servidores e PMs entram em confronto na Alerj - Jose Lucena/FuturaPress/Estadão Conteúdo
Servidores e PMs entram em confronto na Alerj Imagem: Jose Lucena/FuturaPress/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio*

01/02/2017 14h13Atualizada em 01/02/2017 17h09

O protesto de servidores na frente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) na tarde desta quarta-feira (1º) foi marcado por tumulto entre os manifestantes e os policiais que fazem a segurança do local e terminou com depredações pelo centro da cidade e bombas de efeito moral lançadas pela polícia. A manifestação é contra o atraso de salários e o pacote de corte de gastos do governo estadual.

A rua em frente à assembleia do Rio foi interditada e o prédio, cercado por grades. Alguns servidores tentaram usar cordas para derrubar as grades e foram reprimidos por policiais militares, que usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta.

Um caveirão --como é conhecido o carro blindado da Polícia Militar-- foi acionado para dispersar os manifestantes. Durante alguns momentos do confronto, pessoas vestidas de preto revidavam às bombas da polícia com fogos de artifício e pedras.

Durante o confronto na avenida Rio Branco, um ônibus foi abandonado perto dos trilhos do VLT. Um grupo de manifestantes aproveitou um recuo da Tropa de Choque para se aproximar e depredar o veículo, que acabou sendo incendiado.

Além disso, foram colocadas pelo menos três barricadas de fogo, com latões e contêineres de lixo em chamas, nas ruas da Carioca e Nilo Peçanha. No decorrer do corre-corre, portas de lojas foram chutadas por manifestantes mais exaltados.

"O povo só está indo para a rua porque o governo deixou a situação chegar onde está", afirmou a dona de uma banca de jornal, sem se identificar.

Nesta quarta, começa o ano legislativo fluminense. Já neste primeiro dia, Jorge Picciani (PMDB) foi eleito para o sexto mandato como presidente da Alerj.

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PMs fizeram cordão de isolamento nos arredores da Alerj
Imagem: Luiz Souza/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Dentro da Alerj, quando os confrontos começaram, o secretário estadual da Casa Civil, Christino Áureo, concedia entrevista a jornalistas. Questionado sobre a manifestação, disse que "vivemos num país democrático". "É um direito do servidor expressar, protestar de maneira pacífica. Espero que tenham sensibilidade para entender a situação do Estado."

A previsão é que a partir da próxima semana os deputados votem as exigências do governo federal para ajudar o Estado financeiramente.

A primeira medida a ser analisada no plenário, no dia 7 de fevereiro, é a privatização da Cedae, companhia de saneamento e abastecimento de água do Estado. Outro ponto polêmico é o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14% e a criação de um alíquota de Previdência extraordinária de 8% para servidores ativos e de 6% para inativos.

Cerca de 500 policiais militares e homens da Força Nacional fazem parte do esquema de segurança reforçado.

*Colaborou Paula Bianchi

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A dispersão do protesto chegou até os trilhos do VLT, na avenida Rio Branco
Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL