Polícia Federal realiza operação ligada à Lava Jato em Brasília e RS
A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (16) uma operação no Rio Grande do Sul e Distrito Federal para combater crimes de lavagem de capitais, evasão de divisas, crimes contra o sistema financeiro nacional e corrupção. A operação foi chamada de Étimo e é um desdobramento da Operação Lava Jato.
Mais de 50 policiais federais cumpre cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Glorinha, no Rio Grande do Sul, e em Brasília (DF). Além disso, a Justiça federal também autorizou o sequestro de bens e a quebra do sigilo dos investigados.
"Com dados obtidos a partir de compartilhamento das informações da 26ª Fase da Operação Lava Jato (Operação Xepa), foi possível aprofundar as investigações sobre esquema envolvendo a lavagem de dinheiro por meio de entidade associativa ligada a grandes empreiteiras", diz a PF em nota.
As investigações descobriram que uma empresa de fachada recebia de empreiteiras um percentual sobre o valor de obras públicas realizadas no Rio Grande do Sul. De acordo com a PF, eram firmados contratos de assessoria entre essa empresa e as empreiteiras para dar aparência de legalidade às operações financeiras de retirada de valores dessa entidade.
“A movimentação ilegal desses recursos, no Brasil e no exterior, sua origem e sua destinação, são objeto de investigação pela Operação Étimo”, afirma a nota da PF.
O nome da operação, Étimo, exprime a ideia de origem, que serve de base para uma palavra, a partir da qual se formam outras.
Operação Xepa
A 26ª fase da Operação Lava Jato foi realizada em março do ano passado em oito Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí, Pernambuco e Minas Gerais) e no Distrito Federal e teve como alvo principal o executivo da empreiteira Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, um dos delatores da empresa, condenado em junho deste ano a sete anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro.
Xepa, nome dado a ela, foi um desdobramento da 23ª fase da operação Lava Jato, chamada de Acarajé.
Segundo a PF, graças ao material apreendido da 23ª fase, descortinou-se um esquema de contabilidade paralela no âmbito do Grupo Odebrecht destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas.
A Polícia Federal afirmou em nota na época que "o material indicou a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos do Grupo Odebrecht nas mais variadas áreas de atuação do conglomerado empresarial. Há indícios concretos de que o Grupo Odebrecht se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos."
Os investigados respondem pelos crimes de evasão de divisas, organização criminosa, corrupção e lavagem de ativos.
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