Topo

Planalto passa por faxina geral e últimos ajustes para posse de Bolsonaro 

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

28/12/2018 11h50

O Palácio do Planalto está passando por uma faxina geral e por ajustes de última hora para receber parte dos eventos da posse de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência da República na próxima terça-feira, 1º de janeiro. Quem caminhava pelo prédio nesta semana pôde perceber a movimentação de técnicos de som e de televisão, além de equipes de limpeza e jardineiros cuidando do local. 

O Planalto é o local de trabalho do presidente da República em Brasília e receberá uma parte das solenidades, como a transmissão da faixa presidencial e a assinatura de posse dos futuros ministros pelo novo mandatário.

Nesta quinta (27), por exemplo, homens lavavam e enceravam a rampa externa do palácio. A estrutura é feita de mármore de tom claro, assim como todo o piso do edifício principal, e passou por reforma em junho deste ano para reparar rachaduras. 

rampa planalto - Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo - Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo
Rampa do Planalto é limpa e encerada nas vésperas da posse
Imagem: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

Ao chegar ao Planalto vindo do Congresso Nacional, Bolsonaro subirá a rampa e, em seu alto, se encontrará com o atual presidente, Michel Temer (MDB). Juntos, seguirão para o parlatório para a transmissão da faixa presidencial. O parlatório já está equipado com uma cobertura móvel montada caso chova no dia da posse. Brasília se encontra no período chuvoso, e oscila entre temperaturas amenas e picos de calor.

Outro grupo limpava os janelões virados para a Praça dos Três Poderes com o auxílio de veículo com elevador hidráulico. Os vidros vão do chão ao teto do Planalto e compõem as fachadas do edifício desenhado por Oscar Niemeyer. As colunas internas no Salão Nobre - local em que haverá cumprimentos, discursos e assinatura de posses ministeriais - também receberam banhos d'água em meio às cadeiras para os convidados da posse. 

Placas com a sinalização de lugares reservados aos familiares dos integrantes do novo governo estavam posicionadas. O teto branco em todos os andares foi revisado e, onde necessário, retocado com camadas de tinta. Durante o ano, o teto em cima do local onde se realizam entrevistas próximo ao Salão Nobre tinha infiltração. 

Grama cortada e testes para transmissão

Do lado de fora do Planalto, nesta sexta (28), jardineiros cortavam a grama enquanto pessoas ligadas à segurança reforçavam o prédio com mais grades. Usualmente, barreiras são mantidas somente na frente do palácio, mas, para 1º de janeiro, circundam toda a área.

Ao longo da semana, técnicos de som e televisão acertavam os últimos ajustes para a transmissão oficial do evento, inclusive o posicionamento de cinegrafistas e câmeras. Colunas de metal para segurar caixas de som posicionadas em frente ao Planalto foram a fim de possibilitar que o público na praça dos Três Poderes ouça o discurso de Bolsonaro no parlatório. A decisão foi tomada após reclamações em posses passadas de que não era possível entender as falas dos novos presidentes em meio à multidão, informou à reportagem um dos envolvidos na montagem. Passagens de som com o Hino Nacional e outras músicas foram realizadas para assegurar que tudo funcione como o previsto.

Preparativos semelhantes ocorreram no Congresso Nacional e no Itamaraty, locais que também receberão parte das cerimônias de posse na próxima semana, com limpezas e instalação de tapetes vermelhos e grades de segurança. Antes com manchas escuras, a cúpula externa do Senado, por exemplo, passou por uma revitalização no último mês. 

Na Esplanada dos Ministérios, os postes foram decorados com as faixas verdes e amarelas usadas nas comemorações da Independência do Brasil. As principais vias da região ficarão fechadas para o trânsito de veículos a partir deste domingo (29). O tráfego aéreo na capital federal ficará mais restrito na terça.

Inclusão de foto de Temer em galeria e mudanças em anexo

Em 11 de dezembro, com mais de dois anos de atraso, a Presidência atualizou a galeria de retratos de presidentes da República no térreo do Planalto com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e incluiu no espaço uma foto oficial de Michel Temer. A galeria conta com a sequência de todos os mandatários brasileiros desde a Proclamação da República. A única colorida, o retrato de Temer deve ser substituído por uma preta e branca após sair do cargo.

Nas últimas semanas, o anexo II do Planalto, que abriga assessorias técnicas, como a do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), sofreu uma reforma com a troca de fiações elétricas e móveis. Mudanças na disposição das salas - formadas por divisórias móveis - foram promovidas para atender melhor às necessidades da estrutura do novo governo.