Armas, Bolsa Família, facada e mais: 1ª entrevista de Bolsonaro presidente
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu nesta quinta-feira (3) ao telejornal SBT Brasil sua primeira entrevista exclusiva depois de tomar posse no cargo. Mudanças na idade mínima para a aposentadoria e nos parâmetros para o direito a ter armas em casa foram dois dos principais assuntos da conversa.
Outro tema abordado foi o empréstimo a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), senador eleito e filho do presidente. Bolsonaro declarou que Queiroz teve o sigilo bancário quebrado ilegalmente para atingi-lo.
O presidente ainda falou sobre medidas para que beneficiários não precisem mais do Bolsa Família e levantou hipóteses sobre o atentado que sofreu em setembro.
A seguir, veja os destaques da entrevista de Bolsonaro ao SBT.
Reforma da Previdência
Bolsonaro afirmou que a idade mínima para a aposentadoria deverá ficar em 62 anos para homens e 57 anos para mulheres, com aumento de forma gradativa: um ano após a aprovação da reforma e o outro, a partir de 2022.
Posse de armas
Bolsonaro disse que ele e o ministro da Justiça, Sergio Moro, estão trabalhando em um decreto para mudar as regras para a posse de armas -- ou seja, o direito de ter uma arma em casa. Segundo o presidente, o acesso a armas pode ser mais fácil em estados mais violentos.
Fabrício Queiroz
"Eu não tenho nada a ver com essa história", disse Bolsonaro sobre as "movimentações atípicas" do ex-assessor de seu filho. "O Coaf fala em movimentação atípica, isso não quer dizer que seja ilegal, irregular". O presidente também contou que emprestou dinheiro a Queiroz, que disse conhecer desde 1984, "mais de uma vez", mas declarou que não pretende conversar com ele até o esclarecimento da situação.
Atentado na campanha eleitoral
Bolsonaro disse acreditar que Adélio Bispo de Oliveira, o homem que o atacou em Juiz de Fora (MG), foi orientado a "cometer aquele ato". Essas pessoas, segundo o presidente, tinham certeza que Oliveira seria linchado por seus eleitores após o crime. Bolsonaro também levantou suspeitas sobre os advogados de Oliveira.
Bolsa Família
Segundo Bolsonaro, é possível "buscar uma saída" para "pelo menos metade" dos beneficiários do Bolsa Família, que chega a 14,1 milhões de famílias. O presidente disse que esta saída seria por meio da inserção no mercado de trabalho. Bolsonaro também afirmou que acabar com o programa seria "um ato de desumanidade".
Justiça do Trabalho
"Qual o país do mundo que tem?", disse o presidente quando perguntado se a Justiça do Trabalho deveria acabar. Bolsonaro afirmou que a discussão de uma proposta neste sentido está em estudo.
Base dos EUA no Brasil
Assunto que gerou polêmica em governos anteriores, o debate sobre a instalação de uma base militar americana no Brasil não foi descartado pelo novo presidente. "De acordo com o que vier a acontecer no mundo, quem sabe você tenha que discutir essa questão no futuro", disse.
Sem negociação com o PT
Bolsonaro disse que a oposição não aceita diálogo com o governo, nem ele quer conversa com partidos como PT, PCdoB e PSOL. O presidente classificou os parlamentares destes partidos como "radicais".
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