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Armas, Bolsa Família, facada e mais: 1ª entrevista de Bolsonaro presidente

3.jan.2019 - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concede entrevista ao SBT - Reprodução/SBT
3.jan.2019 - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concede entrevista ao SBT Imagem: Reprodução/SBT

Do UOL, em São Paulo

04/01/2019 04h00

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu nesta quinta-feira (3) ao telejornal SBT Brasil sua primeira entrevista exclusiva depois de tomar posse no cargo. Mudanças na idade mínima para a aposentadoria e nos parâmetros para o direito a ter armas em casa foram dois dos principais assuntos da conversa.

Outro tema abordado foi o empréstimo a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), senador eleito e filho do presidente. Bolsonaro declarou que Queiroz teve o sigilo bancário quebrado ilegalmente para atingi-lo.

O presidente ainda falou sobre medidas para que beneficiários não precisem mais do Bolsa Família e levantou hipóteses sobre o atentado que sofreu em setembro.

A seguir, veja os destaques da entrevista de Bolsonaro ao SBT.

Reforma da Previdência

Bolsonaro afirmou que a idade mínima para a aposentadoria deverá ficar em 62 anos para homens e 57 anos para mulheres, com aumento de forma gradativa: um ano após a aprovação da reforma e o outro, a partir de 2022.

Posse de armas

Bolsonaro disse que ele e o ministro da Justiça, Sergio Moro, estão trabalhando em um decreto para mudar as regras para a posse de armas -- ou seja, o direito de ter uma arma em casa. Segundo o presidente, o acesso a armas pode ser mais fácil em estados mais violentos.

Fabrício Queiroz

"Eu não tenho nada a ver com essa história", disse Bolsonaro sobre as "movimentações atípicas" do ex-assessor de seu filho. "O Coaf fala em movimentação atípica, isso não quer dizer que seja ilegal, irregular". O presidente também contou que emprestou dinheiro a Queiroz, que disse conhecer desde 1984, "mais de uma vez", mas declarou que não pretende conversar com ele até o esclarecimento da situação.

Atentado na campanha eleitoral

Bolsonaro disse acreditar que Adélio Bispo de Oliveira, o homem que o atacou em Juiz de Fora (MG), foi orientado a "cometer aquele ato". Essas pessoas, segundo o presidente, tinham certeza que Oliveira seria linchado por seus eleitores após o crime. Bolsonaro também levantou suspeitas sobre os advogados de Oliveira.

Bolsa Família

Segundo Bolsonaro, é possível "buscar uma saída" para "pelo menos metade" dos beneficiários do Bolsa Família, que chega a 14,1 milhões de famílias. O presidente disse que esta saída seria por meio da inserção no mercado de trabalho. Bolsonaro também afirmou que acabar com o programa seria "um ato de desumanidade". 

Justiça do Trabalho

"Qual o país do mundo que tem?", disse o presidente quando perguntado se a Justiça do Trabalho deveria acabar. Bolsonaro afirmou que a discussão de uma proposta neste sentido está em estudo. 

Base dos EUA no Brasil

Assunto que gerou polêmica em governos anteriores, o debate sobre a instalação de uma base militar americana no Brasil não foi descartado pelo novo presidente. "De acordo com o que vier a acontecer no mundo, quem sabe você tenha que discutir essa questão no futuro", disse.

Sem negociação com o PT

Bolsonaro disse que a oposição não aceita diálogo com o governo, nem ele quer conversa com partidos como PT, PCdoB e PSOL. O presidente classificou os parlamentares destes partidos como "radicais".

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.