Caso Queiroz: um dia depois, Bolsonaros permanecem calados sobre suspensão
Pouco mais de vinte e quatro horas após o ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspender a investigação do MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro) sobre Carlos Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), os integrantes políticos da família Bolsonaro não se manifestaram publicamente sobre a decisão judicial até as 15h20 desta sexta-feira (18).
Na noite de quinta-feira (17), Flávio limitou-se a escrever "Vamos começar a restabelecer a verdade" em um post no Instagram em que replicou uma nota oficial de sua defesa. No texto, os defensores do atual deputado estadual dizem que pediram a suspensão da investigação após reconhecerem "nulidades" no processo, entre eles uma suposta quebra de sigilo bancário e fiscal de Flávio sem autorização judicial.
Seguidores do atual deputado, no entanto, reclamaram de ele não se posicionar sobre o caso.
"Abre a boca aí cara em cadeia nacional, nos expomos, vestimos a camiseta Bolsonaro, brigamos com familiares por vcs, se votamos no seu pai, votamos em toda família Bolsonaro! Fala a real, desse seu envolvimento com o Queiroz aí! A massa precisa ouvir de vc e não de terceiros!", escreveu um. "Creio que temos o direito de uma resposta, por respeito às expectativas que depositamos em vcs de fazer do Brasil um país, não digo totalmente mas, o mais recuperado possível do câncer da corrupção", escreveu outra.
Desde o início das investigações, Flávio deu duas entrevistas - uma a vários repórteres e outra exclusiva ao SBT - e se manifestou em postagens pelo Twitter, a mais recente delas de 21 de dezembro do ano passado, quando disse, "pela enésima vez", que não poderia "ser responsabilizado por atos de terceiros". "E não cometi nenhuma ilegalidade. O ex-assessor é quem deve dar explicações. Todos da minha equipe trabalham e a prova de que o gabinete funciona bem são minhas crescentes votações", comentou.
Pai e irmãos se calam
Com constante presença nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não fez nenhuma menção ao caso nas redes sociais até as 15h10 desta sexta-feira (18). Desde a divulgação da suspensão autorizada pelo STF, Bolsonaro pai falou sobre uma entrevista que concedeu a um canal italiano de televisão, sobre malha rodoviária e o atentado na Colômbia, além de um comentário sobre tomadores de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O mais ativo dos filhos nas redes é o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL). Desde ontem, ele fez publicações sobre posse de armas e apoio à Colômbia em razão do atentado. Ele ainda criticou reportagem do UOL e textos de outros veículos de comunicação, além de comentários a respeito do Foro de São Paulo. Sobre a decisão do STF, não houve comentários.
Deputado federal reeleito, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também não se manifestou sobre o tema nas redes sociais. Desde ontem, ele usou sua conta no Twitter para falar sobre uma empresa chinesa de tecnologia, fez referência à crise política na Venezuela, confirmou presença no Fórum Econômico em Davos, e, assim como Carlos, criticou a imprensa.
O caso
Nesta quarta (16), Luiz Fux suspendeu a investigação criminal do MP-RJ que apura movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz. Segundo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ele teria movimentado R$ 1,2 milhão em um período de 13 meses. Entre estas movimentações, estariam depósitos de outros ex-assessores de Flávio Bolsonaro em sua conta bancária.
No pedido que levou à suspensão da investigação, o senador eleito alegou ter foro privilegiado no Supremo e pediu a anulação das provas recolhidas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
A decisão de Fux é liminar (provisória) e deverá ser analisada pelo ministro Marco Aurélio Mello após o fim do recesso judiciário, em 1º de fevereiro.
Para determinar a suspensão do processo, Fux considerou que, como Flávio Bolsonaro passou a ter foro privilegiado no STF ao ser diplomado senador, caberá ao Supremo decidir sobre em qual instância deverá correr o processo.
Em maio de 2018, a Corte decidiu, por unanimidade, restringir o foro privilegiado para deputados federais e senadores apenas para processos sobre crimes praticados durante o exercício do mandato e que tenham relação com a função parlamentar. Mesmo assim, fica a cargo de cada ministro relator dos processos analisar quais deverão ser enviados a instâncias inferiores.
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