Lula ficou preocupado com fala de Bolsonaro sobre democracia, diz Haddad
O ex-ministro Fernando Haddad (PT) afirmou hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda está muito abalado pela morte de um dos netos, Arthur, ocorrida na sexta-feira passada (1º). Haddad declarou ainda que Lula ficou preocupado com uma declaração dada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre os militares garantirem a democracia no país.
As declarações foram dadas no final da tarde de hoje em frente à Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Haddad, que foi candidato à Presidência pelo PT e é um dos advogados de Lula, visitou o ex-presidente na carceragem, onde ele está preso desde abril do ano passado cumprindo pena pelo caso do tríplex de Guarujá (SP).
O Lula sempre demonstra uma capacidade grande de reação, sente a dor da perda, mas a sua disposição continua muito viva para lutar pelo Brasil. A vida dele é a defesa desse país
Fernando Haddad, ex-ministro
"Obviamente que o que se passou com ele, poucos dias atrás, é uma coisa que evidentemente deixou marcas e ele ainda está abalado com o que aconteceu. Procura falar pouco do assunto, porque se emociona a cada vez que lembra", disse Haddad sobre a reação de Lula à morte de Arthur.
O ex-presidente foi autorizado pela Justiça a participar do funeral do menino no sábado passado (2). Ele voou de Curitiba a São Paulo e acompanhou a cerimônia em um cemitério de São Bernardo do Campo, sob forte esquema de segurança. Lula voltou à capital paranaense no mesmo dia.
"Muito preocupado" com frase
Haddad e o ex-presidente também conversaram sobre política e o governo Bolsonaro. Segundo o ex-ministro, Lula ficou "muito preocupado" com a frase do presidente dada ontem. Durante evento no Rio de Janeiro, ele disse que vai governar ao lado "daqueles que respeitam a família" e afirmou que a democracia só existe se as Forças Armadas "assim o quiserem".
"Ele [Lula] ficou muito preocupado com as declarações sobre democracia, porque ele participou de todo o processo de redemocratização do país. E o recado que ele diz é o seguinte: democracia quem garante é o povo, é de onde emana todo o poder, segundo a nossa constituição", relatou Haddad.
"Então, se a gente quiser defender os nossos direitos, a nossa mobilização se torna mais necessária do que nunca, no momento em que esses direitos estão sendo ameaçados."
Orientação jurídica
Segundo Haddad, ele também conversou com Lula sobre as estratégias jurídicas dos processos aos quais o ex-presidente responde. Entre outras ações, ele já foi condenado em segunda instância pelo tríplex e em primeira pelo sítio de Atibaia (SP).
Para Haddad, defender os direitos pessoais de Lula, neste momento, é uma defesa da democracia.
"Não estamos tratando de uma questão pessoal. Nós estamos com o maior líder da história política do país numa situação injusta e estamos defendendo o direito de uma pessoa, mas que representam os direitos de todo um povo", declarou Haddad.
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