Protestos pró e contra Lula têm confusão em SP e discursos em Curitiba
O domingo foi marcado por manifestações contra e a favor da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que completa um ano hoje. As maiores manifestações ocorreram na avenida Paulista, em São Paulo. Também houve protestos em Curitiba, onde Lula está preso, e em cidades como Brasília e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, houve confusão quando manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente agrediram um casal que passava pelo local. Um homem deu uma "gravata" em uma mulher.
A Polícia Militar informou que não registrou nenhuma ocorrência e também não divulgou estimativa do público que compareceu aos protestos.
Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018, meses depois de sua condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo um apartamento tríplex no Guarujá. Desde então, ele cumpre pena em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Contrários a Lula pedem impeachment de Gilmar Mendes
Na capital paulista, as manifestações em favor de Lula serviram de palco para críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e elogios à operação Lava Jato.
Manifestantes do Movimento Vem pra Rua pediram a suspeição do ministro Gilmar Mendes e também não pouparam críticas aos ministros Dias Toffoli (presidente da Corte) e Ricardo Lewandowski.
"Nós estamos aqui hoje para não permitir que eles tragam de volta a impunidade. Vamos fazer a operação Lava Toga. O STF não vai [nos] calar. Fora Gilmar!", disse Rogério Chequer, líder do movimento.
Ele também cobrou do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o encaminhamento do pedido de impeachment de Gilmar Mendes.
"Davi Alcolumbre, não se exima de sua responsabilidade! Cabe a você endereçar esse pedido à Câmara para que os representantes do povo julguem", disse.
O jurista Modesto Carvalhosa, que protocolou um pedido de impeachment contra Gilmar Mendes, afirmou que o STF é um "antro" e uma "vergonha" para o país.
"Temos cinco ministros que são dignos, mas temos outros cinco que são uma vergonha. Temos que começar tirando o Gilmar Mendes", afirmou.
Esperado em protesto, Haddad não chegou a tempo
A manifestação do Vem Pra Rua foi realizada a menos de um quilômetro de outro protesto, também na avenida Paulista, em apoio ao ex-presidente Lula. O policiamento foi reforçado na região.
No local destinado à manifestação dos apoiadores de Lula, os manifestantes aguardavam a chegada do candidato derrotado no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad (PT). Mas Haddad e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), não chegaram a tempo.
Mais cedo, o ex-candidato do PT esteve em Curitiba, onde vários políticos do partido e de outras legendas participaram de um ato em apoio ao ex-presidente.
Guilherme Boulos, que foi candidato à Presidência da República pelo PSOL, participou da manifestação em defesa da liberdade de Lula ao lado de membros do PT.
"A defesa da liberdade de Lula não é a luta de um partido. É a luta em defesa da democracia. Não podemos admitir uma prisão de caráter político como foi a do ex-presidente. O caráter político ficou ainda mais evidente com a nomeação do juiz Sergio Moro para o ministério de Bolsonaro", declarou Boulos ao UOL.
João Paulo Rodrigues, dirigente do MST (Movimento dos Sem-Terra), disse que esteve com Lula na quinta-feira (4) e trouxe algumas mensagens para os manifestantes presentes na avenida Paulista.
"Lula disse que está mal naquele presídio, mas ele sabe que a população brasileira está pior. Temos que reforçar os movimentos sociais. E defender a soberania nacional. Nada de entregar a base de Alcântara. Não podemos deixar o pré-sal ser privatizado", relatou Rodrigues.
Segundo ele, Lula afirmou também que o "governo Bolsonaro é fraco".
A manifestação pró-Lula foi encerrada às 17h para liberação da avenida.
Curitiba recebe políticos em apoio a Lula
Em Curitiba, Haddad disse que a prisão de Lula é resultado de uma manobra conduzida pela "elite" brasileira. "Essa elite conseguiu, com tudo que fez desde 2013, colocar um dos piores brasileiros na Presidência da República e o melhor [brasileiro] aqui na Polícia Federal", disse.
Os manifestantes favoráveis a Lula não pouparam críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Alguns entoaram cânticos contrários a ele.
"Doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano", gritaram.
Os organizadores da manifestação estimaram o público em 10 mil pessoas. A Polícia Militar, no entanto, calculou o número de pessoas no local em 3.500 no pico.
Curitiba também foi palco de manifestações favoráveis à prisão de Lula.
Cerca de 3.000 pessoas, segundo os organizadores, participaram de um ato de celebração da prisão do ex-presidente na Boca Maldita, tradicional ponto de protestos no Centro do Curitiba. A PM acompanhou o ato, realizado durante a tarde, mas não divulgou estimativa de público.
A manifestação foi convocada pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e pelo Curitiba Contra Corrupção. Vestidos de verde e amarelo e portando bandeiras do Brasil, os presentes comemoraram a prisão do ex-presidente comendo um bolo e cantando "Parabéns a Você".
Os presentes ainda demonstraram apoio à operação Lava Jato e criticaram o STF. Rodrigo Reis (PRTB), que disputou e perdeu a eleição para o Senado em 2018, discursou no ato e pediu o impeachment do ministro Gilmar Mendes.
Bonecos na Esplanada dos Ministérios
Em Brasília, também foram registradas manifestações. Na Esplanada dos Ministérios, um grupo de manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente Lula se reuniu em frente ao Congresso Nacional.
Eles chegaram inflar bonecos gigantes em alusão ao petista. A reportagem tentou obter a estimativa de público junto à SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal), mas não obteve a resposta até a última atualização desta matéria.
No Recife, também houve manifestações em alusão ao aniversário da prisão do ex-presidente. No centro da capital pernambucana, grupos culturais fizeram protestos pela liberdade de Lula.
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