Na Paulista, direita chancela Bolsonaro e tem novos alvos: STF, MBL e Maia
Após Brasília e Rio, no início desta tarde foi a vez de São Paulo receber atos em apoio ao governo Bolsonaro, na avenida Paulista. Além de chancelar o presidente e de atacar a esquerda, os participantes demonstram ter escolhido novos alvos de críticas: o STF (Supremo Tribunal Federal), o MBL (Movimento Brasil Livre) e o deputado Rodrigo Maia (DEM) - símbolo do "centrão".
Com camisas verde-amarelas e cartazes, os manifestantes se espalharam por mais de dez quadras da avenida a partir das 14h. Pouco antes das 17h, cantaram o Hino Nacional e começaram a se dispersar.
Houve concentrações principalmente no trecho entre o parque Trianon e a Rua Augusta, além de sete carros de som.
'Morte ao STF'
"Mesmo não sendo a pauta principal, aqui a gente está batendo no Congresso e no Senado e está totalmente contra o STF aparelhado por partidos", disse Kauê Calado, 17, vestido de "morte" e com uma placa pendurada escrita "STF".
Ele foi à manifestação com dois colegas, com quem montou um cemitério para representar tudo o que está sendo "sepultado pelo má política".
Entre as lápides consta o tema "educação". Para o estudante, os cortes anunciados pelo governo para a área são necessários para o país.
"Não foi bem um corte, porque a galera acaba distorcendo as coisas. E não está errado, ele só trocou a área daquele investimento. Colocou na educação básica, que acho que é muito mais importante que a faculdade", disse.
MBL
O luthier, profissional especializado no reparo de instrumento de cordas, João Bernate, 38, levou para o protesto uma placa contra o MBL. Ele disse ter participado de todos os protestos desde 2013 convocados pelo grupo, mas condena a mudança de postura do movimento.
"O problema não é eles não terem vindo, mas todas as posturas que eles têm tomado diante de um povo que está revoltado com o que está acontecendo lá em cima, no Congresso, com a plataforma do governo sendo atacada o tempo todo por mídias, inclusive pelo UOL, muita distorção", disse.
O MBL afastou-se do evento por discordar de reivindicações como fechamento do Congresso e do STF, reivindicado por alguns participantes.
Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi alvo de críticas nos sete carros de som espalhados pela Paulista. Muitos apoiadores, em discursos, o trataram como "inimigo" de Bolsonaro e do Brasil. Para os manifestantes, Maia tem dificultado ações do presidente.
Oscar Maroni, dono de uma casa noturna de São Paulo, afirmou durante discurso no carro de som do grupo Revoltados Online: "Bolsonaro, nós te amamos. Porque você está bem intencionado, bem diferente do gordinho do Rodrigo Maia". O discurso foi aplaudido pelos presentes.
O centrão, que reúne partidos como DEM, PR, PP e PSD, também foi alvo de críticas em carros de som. O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) chegou a ser chamado de "Kim Vai Katarcoquinho" e foi classificado de "traíra" em um carro de som do Movimento Digital.
Moro e honestidade
Queixas contra a grande mídia também foram abundantes entre os participantes. Muitos se recusavam a dar entrevista ao UOL.
Entre os que aceitavam falar, ouviram-se reclamações de que a imprensa persegue o governo.
"Ninguém que põe Sergio Moro como ministro da Saúde [Moro é ministro da Justiça e Segurança Pública] tem alguma coisa a dever não", disse a advogada Sabrina Dias, 38, que carregava um cartaz dizendo: "Respeitem em quem eu votei".
Perguntada sobre as denúncias de irregularidades envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, ela afirmou que essas notícias são estratégia para "desfocar dos nossos reais problemas".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.