Bolsonaro diz que militar preso com cocaína não tem relação com sua equipe
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a se manifestar, na tarde de hoje, sobre o episódio do militar da Aeronáutica preso ontem no aeroporto de Sevilha, na Espanha, por suspeita de traficar drogas. Ele teria transportado a substância em um avião da FAB e integraria o voo reserva do presidente em sua viagem para cúpula do G20 no Japão.
Bolsonaro afirmou que o sargento não faz parte de sua equipe e classificou o comportamento de "inaceitável". "Apesar de não ter relação com minha equipe, o episódio de ontem, ocorrido na Espanha, é inaceitável", disse em post no Twitter.
O presidente reiterou que exigiu investigação imediata e a punição ao responsável pelo material encontrado no avião da FAB. "Não toleramos tamanho desrespeito ao nosso país!"
Na tarde de ontem, logo depois que o Ministério da Defesa confirmou, por meio de nota, que o militar havia sido detido, Bolsonaro postou mensagem no Twitter dizendo que havia pedido apuração e posterior julgamento do caso e, se comprovada culpa, a condenação do militar na forma da lei.
No comunicado de ontem, o Ministério da Defesa disse que os fatos estão sendo apurados e que foi determinada a instauração de Inquérito Policial Militar (IPM).
Segundo o jornal espanhol El País, citando fontes da Guarda Civil espanhola, o sargento estava com 39 kg de cocaína e teria sido detido quando os tripulantes e suas bagagens passaram pelo controle alfandegário na chegada ao aeroporto.
Segundo a Folha de S.Paulo, o militar é segundo-sargento, se chama Manoel Silva Rodrigues, tem 38 anos, é casado e já teria acompanhado três presidentes em viagens.
Planalto pede investigação
Ao sair à noite do Palácio do Planalto, o vice-presidente da República e presidente em exercício, general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), disse que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) que o militar preso estava só na equipe de apoio à viagem presidencial e não embarcaria com Jair Bolsonaro no avião de volta ao Brasil.
Mais cedo, Mourão havia dito que o sargento da Aeronáutica não estava na comitiva oficial do presidente, mas voltaria como tripulante no avião de Bolsonaro entre Sevilha e Brasil. O presidente, falou Mourão, ligou para o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, para saber o andamento da investigação.
Questionado por jornalistas, Mourão não quis comentar se a Força Aérea Brasileira deve endurecer os critérios de segurança e negou que Bolsonaro esteve em risco em algum momento.
"Acho que não é uma preocupação do governo, esse militar não pertence à segurança presidencial, então ele não tem nada a ver com o núcleo e com o círculo de segurança do presidente. É uma questão que está restrita à Força Aérea. É a Força Aérea que tem que tomar as providências para saber se houve alguma falha realmente para ele ter embarcado com este material", disse.
"Se ele estivesse no grupo com o presidente, ele teria obrigatoriamente de ter passado [por uma revista]. Esse pacote é da Força Aérea [disse em tom de brincadeira]. É uma questão do controle interno da Força Aérea, ela vai ter que verificar onde é que houve a falha para que não ocorra novamente", acrescentou.
Reações
Hoje, os senadores Randolfe Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Wetervon Rocha (PDT-MA) apresentaram requerimento para convidar o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, para prestar esclarecimentos à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado sobre o caso.
Mais cedo, o vice-presidente da República e presidente em exercício, general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), disse que o militar deveria estar exercendo a ilegalidade por dinheiro.
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