Doria é vaiado, e Bolsonaro, aplaudido, em formatura da PM-SP
Resumo da notícia
- Governador João Doria foi vaiado duas vezes em evento da PM paulista
- Bolsonaro recebeu muitos aplausos e pedidos de fotos
- Doria tem tentado se descolar da aliança com Bolsonaro sem se afastar do governo federal
- Ambos devem ser adversários na disputa pela Presidência em 2022
O governador paulista, João Doria (PSDB), foi vaiado em duas ocasiões pelo público que participava da cerimônia de formatura de sargentos da Polícia Militar do estado, realizada hoje de manhã em São Paulo. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) também participou do evento e foi aplaudido pela plateia.
Doria foi vaiado nas duas vezes em que seu nome foi anunciado pelo mestre de cerimônia. No entanto, depois conseguiu arrancar aplausos ao longo de seu discurso, principalmente após dizer "a melhor Polícia Militar do Brasil está em São Paulo".
Bolsonaro e Doria são virtuais adversários na disputa pela Presidência em 2022 e se afastaram recentemente, com direito a críticas públicas ao governador feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
No segundo turno da eleição do ano passado, Doria buscou, sem sucesso, uma aliança com Bolsonaro. Na semana passada, o tucano disse que o voto "BolsoDoria" ficou restrito à última campanha. O governador, no entanto, tentou deixar claro que não faz oposição ao governo federal.
"Fiz questão de estar aqui presente nesta manhã para mostrar que o estado de São Paulo é parceiro das boas ações do Brasil", pontuou. "Nós estamos alinhados com todas as boas iniciativas do governo federal."
Bolsonaro cita morto por guerrilha
Bolsonaro, por sua vez, teve recepção bastante diferente. Foi muito aplaudido pelo público e bastante assediado para pedidos de fotos, quando desceu para cumprimentar formandos e familiares.
Em sua fala, o presidente não fez qualquer afago ao governador. Como já ocorrera em outros discursos, disse que deve "obediência" apenas ao povo. E também lembrou aos presentes que defendeu os policiais militares em seu discurso na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), no mês passado.
Bolsonaro ainda fez uma homenagem ao tenente Alberto Mendes Júnior, morto por guerrilheiros durante a ditadura militar no Vale do Ribeira, região onde o presidente viveu durante sua infância. "Um herói nacional que perdeu sua vida lutando pela nossa liberdade", afirmou.
"Combatemos a esquerda que queria, pela força, roubar nossa liberdade impondo um plano absoluto de poder. Perderam", finalizou.
Sem entrevistas
Nem Doria, nem Bolsonaro falaram com a imprensa que acompanhou a cerimônia.
Ontem, o presidente esteve na capital paulista para o Fórum de Investimentos Brasil 2019, evento promovido pelo governo federal, e também não falou com jornalistas.
O presidente vive um momento delicado no PSL, com embates internos que têm como pano de fundo a suspeita de candidaturas "laranjas" no partido nas últimas eleições. Nos bastidores, sua saída da legenda vem sendo cogitada.
No domingo (6), a Folha revelou que um depoimento e uma planilha obtidos pela Polícia Federal sugerem que recursos do esquema abasteceram, por meio de caixa dois, também a campanha de Bolsonaro.
Na terça (8), Bolsonaro disse a um apoiador para "esquecer" o PSL e que o presidente da sigla, deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), estava "queimado".
Outro recente tema de desgaste para Bolsonaro foi o vazamento, ontem, do apoio dos EUA à entrada da Argentina na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Internacional), um dos principais pontos da aliança com os EUA que o atual governo tenta construir.
Diante da repercussão da notícia, o governo americano chegou a divulgar um comunicado reafirmando seu apoio à entrada do Brasil na OCDE. Bolsonaro, por sua vez, buscou minimizar a decisão dos EUA durante sua live de ontem nas redes sociais.
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